quinta-feira, 29 de outubro de 2009

CANONIZACIÓN DE UN SANTO: SAN RAFAEL ARNÁIZ / CANONIZAÇÃO DE UM SANTO: SÃO RAFAEL ARNÁIZ





São Rafael Arnáiz

É provável que haja mais santos ao nosso redor do que imaginemos. A canonização de um santo contemporâneo, jovem e tão próximo a nós como o Irmão Rafael Arnáiz é, por isso, uma grande notícia, a qual deve encher de orgulho a todos nós, os palentinos e de gozo a essa grande maioria que nesta terra se considera católica.

Em uma sociedade que voltou em boa medida as costas à existência de Deus, a figura mística do Irmão Rafael emerge com força para convidar-nos a olhar com os olhos do espírito o transcendente. Em um momento em que uma profunda crise terminou com nosso particular sonho do bezerro de ouro, talvez seja a ocasião de voltar o olhar ao céu e elevar-nos sobre um materialismo que nos esvazia a alma. A canonização deste monge da Trapa vem recordar-nos com seu testemunho quem somos, de onde viemos e aonde vamos.

O reconhecimento da santidade de Rafael pode impulsionar um renascimento espiritual que transcenda os limites de nossa província. Minha impressão é que há na Espanha um renascer de valores morais que estavam na raiz mesma de nossa civilização ocidental, mas que havíamos abandonado nas últimas décadas. Creio que o homem atual volta a olhar ao mais profundo de sua alma em busca de respostas.

A juventude de Rafael aumenta seu magnetismo entre as novas gerações que atuam sempre como vanguarda de toda mudança profunda. Os jovens, mais que nenhum outro setor da sociedade, estão reclamando hoje uma transição dos valores materialistas do egoísmo, do prazer, da morte e da violência em valores espirituais como o amor, a solidariedade, a justiça, a liberdade e a paz. Frente à corrente relativista dominante os jovens iniciaram uma busca da verdade autêntica. Não poderão encontrar melhor guia nesse caminho que um Hermano Rafael, o qual com sua humildade certamente faz raro que agora lhe chamemos santo.


Ignacio Cosidó
Diário Palentino


EN ESPAÑOL:


San Rafael Arnáiz

Es probable que haya más santos a nuestro alrededor de los que creemos. La canonización de un santo contemporáneo, joven y tan cercano a nosotros como el Hermano Rafael Arnáiz es, por ello, una gran noticia que nos debe llenar de orgullo a todos los palentinos y de gozo a esa gran mayoría que en esta tierra nos consideramos católicos.

En una sociedad que ha vuelto en buena medida la espalda a la existencia de Dios, la figura mística del Hermano Rafael emerge con fuerza para invitarnos a mirar con los ojos del espíritu hacia lo trascendente. En un momento en que una profunda crisis ha terminado con nuestro particular sueño del becerro de oro quizá sea la ocasión de volver la mirada al cielo y elevarnos sobre un materialismo que nos vacía el alma. La canonización de este monje de La Trapa viene a recordarnos con su testimonio quiénes somos, de dónde venimos y a dónde vamos.

El reconocimeinto de la santidad de Rafael puede impulsar un renacer espiritual que trascienda los límites de nuestra provincia. Mi impresión es que hay en España un renacer de valores morales que estaban en la raíz misma de nuestra civilización occidental, pero que habíamos abandonado en buena medida en las últimas décadas. Creo que el hombre actual vuelve a mirar a lo más profundo de su alma en busca de respuestas.

La juventud de Rafael aumenta su magnetismo entre las nuevas generaciones que actúan siempre como vanguardia de todo cambio profundo. Los jóvenes, más que ningún otro sector de la sociedad, están reclamando hoy una transición desde los valores materialistas del egoísmo, el placer, la muerte y la violencia hacia valores espirituales como el amor, la solidaridad, la justicia, la libertad y la paz. Frente a la corriente relativista dominante los jóvenes han iniciado una búsqueda de la verdad auténtica. No podrán encontrar mejor guía en ese camino que un Hermano Rafael al que con su humildad seguro que se le hace raro que ahora le llamemos santo.


Ignacio Cosidó
Diário Palentino



sábado, 24 de outubro de 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ / SAN RAFAEL ARNÁIZ – Voto de amar sempre a Jesus





O voto – San Isidro

Voto de amar sempre a Jesus


“Na oração desta manhã fiz um voto. Fiz o voto de amar sempre a Jesus.

Me dei conta de minha vocação. Não sou religioso..., não sou leigo..., não sou nada... Bendito Deus, não sou nada mais que uma alma enamorada de Cristo. Ele não quer mais que meu amor, e me quer desprendido de tudo e de todos.

Virgem Maria, ajuda-me a cumprir meu voto!

Amar a Jesus, em tudo, por tudo e sempre... Só amor. Amor humilde, generoso, desprendido, mortificado, em silêncio… Que minha vida não seja mais que um ato de amor.

Bem vejo que a vontade de Deus é que não faça os votos religiosos, nem seguir a Regra de São Bento. Hei de querer, eu, o que não quer Deus?


Jesus me manda uma enfermidade incurável; é sua vontade que humilhe minha soberba ante as misérias de minha carne. Deus me envia a enfermidade. Não hei de amar tudo o que Jesus me envie?

Beijo com imenso carinho a mão bendita de Deus que dá a saúde quando quer e a tira quando Lhe apraz.

Dizia Jó, que depois recebemos com alegria os bens de Deus. Por que não havemos de receber assim também os males? Mas acaso tudo isso me impede de amar-Lhe?... Não, com loucura devo fazê-lo.

Vida de amor, eis aqui minha Regra..., meu voto... Eis aqui a única razão de viver.

Começa o ano de 1938. Que me prepara Deus nele? Não sei... Talvez não importe?... Fora ofender-Lhe tudo o mais dá no mesmo... Sou de Deus, que faça comigo o que quiser. Eu hoje Lhe ofereço um novo ano, no qual não quero que reine mais que uma vida de sacrifício, de abnegação, de desprendimento, e guiada somente pelo amor a Jesus, por um amor muito grande e muito puro.

Quisera meu Senhor, amar-Te como ninguém. Quisera passar esta vida tocando o chão somente com os pés, sem deter-me em olhar em mim tanta miséria, sem deter-me em nenhuma criatura, com o coração abrasado de amor divino e sustentado pela esperança.

Quisera, Senhor, olhar somente ao céu, onde Tu me esperas, onde está Maria, onde estão os santos e os anjos, bendizendo-Te pela eternidade e passando pelo mundo somente amando tua lei e observando teus divinos preceitos.

Ah, Senhor, quanto quisera amar-Te!.... Ajuda-me, minha Mãe!.
Hei de amar a solidão, pois Deus nela me põe.
Hei de obedecer às cegas, pois é o que Deus me ordena.
Hei de mortificar continuamente meus sentidos.
Hei de ter paciência na vida de comunidade.
Hei de exercitar-me na humildade.
Hei de fazer tudo por Deus e por Maria”.


São Rafael Arnáiz Barón
Notas de consciência
01 de janeiro de 1938



EN ESPAÑOL:



El voto – San Isidro

Voto de amar siempre a Jesús


“En la oración de esta mañana he hecho un voto. He hecho el voto de amar siempre a Jesús.

Me he dado cuenta de mi vocación. No soy religioso..., no soy seglar..., no soy nada... Bendito Dios, no soy nada más que un alma enamorada de Cristo. Él no quiere más que mi amor, y lo quiere desprendido de todo y de todos.

Virgen María, ayúdame a cumplir mi voto.

Amar a Jesús, en todo, por todo y siempre... Sólo amor. Amor humilde, generoso, desprendido, mortificado, en silencio… Que mi vida no sea más que un acto de amor.
Bien veo que la voluntad de Dios, es que no haga los votos religiosos, ni seguir la Regla de san Benito. ¿He de querer yo lo que no quiere Dios?

Jesús me manda una enfermedad incurable; es su voluntad que humille mi soberbia ante las miserias de mi carne. Dios me envía la enfermedad. ¿No he de amar todo lo que Jesús me envíe?

Beso con inmenso cariño la mano bendita de Dios que da la salud cuando quiere, y la quita cuando le place.

Decía Job, que pues recibimos con alegría los bienes de Dios, ¿por qué no hemos de recibir así los males? ¿Mas acaso todo eso me impide amarle?... No..., con locura debo hacerlo.

Vida de amor, he aquí mi Regla..., mi voto... He aquí la única razón de vivir.
Empieza el año 1938. ¿Qué me prepara Dios en él? No lo sé... ¿Quizás no me importe?... Menos ofenderle me da lo mismo todo... Soy de Dios, que haga conmigo lo que quiera. Yo hoy le ofrezco un nuevo año, en el que no quiero que reine más que una vida de sacrificio, de abnegación, de desprendimiento, y guiada solamente por el amor a Jesús..., por un amor muy grande y muy puro.

Quisiera mi Señor, amarte como nadie. Quisiera pasar esta vida, tocando el suelo solamente con los pies. Sin detenerme a mirar tanta miseria, sin detenerme en ninguna criatura. Con el corazón abrasado en amor divino y mantenido de esperanza.

Quisiera Señor, mirar solamente al cielo, donde Tú me esperas, donde está María, donde están los santos y los ángeles, bendiciéndote por una eternidad, y pasaron por el mundo solamente amando tu ley y observando tus divinos preceptos.

¡Ah!, Señor, cuánto quisiera amarte. ¡Ayúdame, Madre mía!.
He de amar la soledad, pues Dios en ella me pone.
He de obedecer a ciegas, pues Dios es el que me ordena.
He de mortificar continuamente mis sentidos.
He de tener paciencia en la vida de comunidad.
He de ejercitarme en la humildad.
He de hacer todo por Dios y por María”.


San Rafael Arnáiz Barón
Notas de conciencia
01 de enero de 1938



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ / SAN RAFAEL ARNÁIZ - Papel encontrado em um dos bolsos da sua túnica quando morreu





Papel encontrado em um dos bolsos da sua túnica quando morreu São Rafael Arnáiz Barón


Em um dos bolsos de seu hábito, escrito com lápis e muito desgastado, os monges encontraram, ao morrer Frei Maria Rafael Arnáiz Barón, um pequeno papel, um capítulo de faltas:


• Subir escada batendo pé. [Marcado]

• Não fazer saudação no Capítulo. [Marcado]

• Correr sem respeito na Igreja. [Marcado]

• Gestos durante o grande silêncio. [Marcado]

• Voltar a cabeça na Missa. [Marcado]

• Gestos falados com um professo. [Marcado]

• Não obedecer imediatamente à campainha. [Marcado]

• Equivocar-me no Coro, não fazer prostração. [Marcado]

• Dar mostras externas de impaciência. [Marcado]

• Perder tempo trabalho. [Marcado]

• Perder tempo olhar janelas. [Marcado]

• Perder tempo intervalos. [Marcado]

• Acenar exageradamente como leigo. [Marcado]

• Descuidado com quarto da enfermaria.

• Descuidado com fazer ruído na escada
e com as portas.

• Distrair-me no Coro e não fazer a tempo
as inclinações.


Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Pp.603-604



EN ESPAÑOL:



Papel encontrado en uno de los bolsillos de la túnica cuando murió San Rafael Arnáiz Barón


En uno de los bolsillos de su hábito, escrito con lápiz y muy estropeado, encontraron los monjes, al morir Rray María Rafael Arnáiz Barón, un pequeño papel, un capítulo de faltas:


• Subir escalera golpeando pie. [Tachado]

• No hacer saludo en Capítulo. [Tachado]

• Correr sin respeto en la Iglesia. [Tachado]

• Señas durante el gran silencio. [Tachado]

• Volver cabeza en Misa. [Tachado]

• Señas habladas con un profeso. [Tachado]

• No obedecer inmediatamente campana. [Tachado]

• Equivocarme Coro, no hacer postración. [Tachado]

• Dar muestras externas de impaciencia. [Tachado]

• Perder tiempo trabajo. [Tachado]

• Perder tiempo mirar ventanas. [Tachado]

• Perder tiempo intervalos. [Tachado]

• Accionar exageradamente como seglar. [Tachado]

• Descuidado con el cuarto de la enfermería.

• Descuidado con hacer ruido en la escalera
y con las puertas.

• Distraerme en el Coro y no hacer a tiempo
las inclinaciones.


Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Pp.603-604



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN - SÃO RAFAEL ARNÁIZ – Com Rafael, afugentando “diabretes”, por Mons. José Ignacio Munilla - Parte I





Parte I

Com Rafael, afugentando “diabretes”

Por D. José Ignacio Munilla Aguirre, Bispo de Palencia


CIDADE DO VATICANO, sábado, 11 de outubro de 2009 (ZENIT.org) - Publicamos o artigo que escreveu D. José Ignacio Munilla Aguirre, Bispo de Palencia, por motivo da canonização do Irmão Rafael Arnáiz.

* * *

Chegou o ansiado dia 11 de outubro: a Canonização de nosso muito querido Irmão Rafael Arnáiz.

Rafael é, antes de tudo, nosso "amigo"; consequência lógica que se desprende de ser "santo", quer dizer, "amigo de Deus"... Não duvidemos de que ele pode ajudar-nos a "acertar" no caminho da vida. Sua história, seus anseios de felicidade e suas lutas interiores, se assemelham às nossas, muito mais do que imaginamos... As circunstâncias de nossa vida podem ser muito distintas, mas as batalhas que nos apresentam as tentações e os meios que temos para poder vencê-las, são basicamente os mesmos. Embora tenham se passado mais de setenta anos, e o estresse e o ruído que nos rodeiam, contrastem com a paz e o silêncio do claustro monacal, estamos basicamente ante os mesmos desafios.

Para demonstrá-lo, quero servir-me de um texto extraído das cartas do Irmão Rafael; uma passagem íntima e significativa, na qual nosso santo compartilha conosco sua luta contra o tédio e a falta de sentido da existência:

«Três da tarde de um dia chuvoso do mês de dezembro. É a hora do trabalho, e como hoje é sábado e faz muito frio, não se sai ao campo. Vamos trabalhar em um armazém onde se limpam as lentilhas, se descascam batatas, se cortam as couves, etc. A tarde que hoje padeço é turva e turvo me parece tudo. Algo me oprime o silêncio e parece que uns diabretes estão empenhados em aborrecer-me com uma coisa que chamo recordações... Em minha mãos colocaram uma faca e diante de mim um cesto com uma espécie de cenouras brancas muito grandes e que resultam em ser nabos. Eu nunca os havia visto ao natural, tão grandes... e tão frios... Que vamos fazer? Não há remédio a não ser descascá-los.

O tempo passa devagar e minha faca também entre a casca e a carne dos nabos que estou deixando lindamente descascados. Os diabretes seguem dando-me guerra. Que fiz deixando minha casa para vir aqui com este frio a limpar estes bichos tão feios?!! Verdadeiramente é algo ridículo isto de descascar nabos com essa seriedade de magistrado de luto.

Um diabrete pequenino e muito sutil desliza para dentro de mim e de maneira suave recorda-me a minha casa, meus pais e irmãos, minha liberdade, que deixei para encerrar-me aqui entre lentilhas, batatas, couves e nabos.

(...) O tempo transcorria com meus pensamentos, os nabos e o frio, quando de repente e veloz como o vento, uma luz potente penetrou em minha alma... Uma luz divina, coisa de um momento... Alguém que me diz: Que estou fazendo? Que estou fazendo? Virgem Santa! Que pergunta! Descascar nabos... Descascar nabos!... Para que?... E o coração dando um pulo responde meio enlouquecido: "Descasco nabos por amor..., por amor a Jesus Cristo"».


D. José Ignacio Munilla Aguirre
Bispo de Palencia


EN ESPAÑOL:


Parte I

Con Rafael, ahuyentando “diablillos”

Por Monseñor José Ignacio Munilla Aguirre, Obispo de Palencia

CIUDAD DEL VATICANO, sábado, 11 de octubre, de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos el artículo que ha escrito monseñor José Ignacio Munilla Aguirre, obispo de Palencia, con motivo de la canonización del hermano hermano Rafael Arnáiz, que celebrará Benedicto XVI en el Vaticano este domingo.

* * *

Ha llegado el anhelado 11 de octubre: la Canonización de nuestro muy querido hermano Rafael Arnáiz.

Rafael es, antes de nada, nuestro "amigo"; consecuencia lógica que se desprende de ser "santo", es decir, "amigo de Dios"... No dudemos de que él puede ayudarnos a "acertar" en el camino de la vida. Su historia, sus ansias de felicidad y sus luchas interiores, se asemejan a las nuestras, mucho más de lo que nos imaginamos... Las circunstancias de nuestra vida serán muy distintas, pero las batallas que nos presentan las tentaciones y los medios que tenemos para poder vencerlas, son básicamente los mismos. Aunque hayan pasado más de setenta años, y aunque el estrés y el ruido que nos envuelven, contrasten con la paz y el silencio del claustro monacal, estamos básicamente ante los mismos retos.

Para demostrarlo, me quiero servir de un texto extraído de las cartas del Hermano Rafael; un pasaje entrañable y emblemático, en el que nuestro santo comparte con nosotros su lucha contra el hastío y la falta de sentido de la existencia:

«Las tres de la tarde de un día lluvioso del mes de diciembre. Es la hora del trabajo, y como hoy es sábado y hace mucho frío, no se sale al campo. Vamos a trabajar a un almacén donde se limpian las lentejas, se pelan patatas, se trituran las berzas, etc. (...) La tarde que hoy padezco es turbia, y turbio me parece todo. Algo me abruma el silencio, y parece que unos diablillos, están empeñados en hacerme rabiar, con una cosa que yo llamo recuerdos... En mis manos han puesto una navaja, y delante de mí un cesto con una especie de zanahorias blancas muy grandes y que resultan ser nabos. Yo nunca los había visto al natural, tan grandes... y tan fríos... ¡Qué le vamos a hacer!, no hay más remedio que pelarlos.

El tiempo pasa lento, y mi navaja también, entre la corteza y la carne de los nabos que estoy lindamente dejando pelados. Los diablillos me siguen dando guerra. ¡¡Que haya yo dejado mi casa para venir aquí con este frío a mondar estos bichos tan feos!! Verdaderamente es algo ridículo esto de pelar nabos, con esa seriedad de magistrado de luto.

Un demonio pequeñito y muy sutil, se me escurre muy adentro y de suaves maneras me recuerda mi casa, mis padres y hermanos, mi libertad, que he dejado para encerrarme aquí entre lentejas, patatas, berzas y nabos.

(...) Transcurría el tiempo, con mis pensamientos, los nabos y el frío, cuando de repente y veloz como el viento, una luz potente penetra en mi alma... Una luz divina, cosa de un momento... Alguien que me dice que ¡qué estoy haciendo! ¿Que qué estoy haciendo? ¡Virgen Santa! ¡Qué pregunta! Pelar nabos..., ¡pelar nabos!... ¿Para qué?... Y el corazón dando un brinco contesta medio alocado: "Pelo nabos por amor..., por amor a Jesucristo"».


Mons. José Ignacio Munilla Aguirre
Obispo de Palencia



CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN - SÃO RAFAEL ARNÁIZ – Com Rafael, afugentando “diabretes”, por Mons. José Ignacio Munilla - Parte II





Parte II

Com Rafael, afugentando “diabretes”

Por D. José Ignacio Munilla Aguirre, Bispo de Palencia


A batalha de Rafael com esses "diabretes", que pretendiam roubar-lhe a paz, a alegria e até mesmo a esperança, é também a nossa. Nossa vida pode ser para nós monótona, tediosa e sem sofrimento, ou pelo contrário, gozosa e cheia de sonhos, dependendo da chave de sentido que mova nossa existência.

Frente àqueles que pensam que o motor do mundo é o dinheiro, o poder ou o prazer, os santos nos recordam que o verdadeiro motor, e o único capaz de dar-nos a capacidade de afugentar "os diabretes", ao mesmo tempo que nos revela o sentido de nossa existência, é o amor, o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus.

O rosto de Cristo tem a virtude de fazer-se presente e de cativar-nos através dos santos, e agora, em concreto, através de quem será venerado como São Rafael Arnáiz. Porque, como disse nosso Papa Bento XVI, com uma expressão certeira, "Os santos são a estrela luminosa com a qual Deus atravessou a história".

O Irmão Rafael está acompanhado de outros quatro santos mais, nesta cerimônia de Canonização: Zygmunt Szcęsny Feliński, polonês, Bispo e fundador; Francisco Coll i Guitart, español, sacerdote dominicano e fundador; Jozef Damian de Veuster, holandês, sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações (muito conhecido por sua entrega heróica aos leprosos, relatada no filme "Molokay"); e Marie de la Croix, francesa e fundadora.

Certamente, estamos diante de grandes figuras que se destacaram por sua fecundidade apostólica e pelo rastro que deixaram atrás deles. Entre estes, o Irmão Rafael chama a atenção porque não fundou nada, nem teve nenhum posto relevante, nem se destacou externamente ante os demais; mais que isso, teve de conformar-se com ser um simples "oblato", já que sua saúde não lhe permitiu abraçar integralmente a regra trapista... Rafael não fez coisas grandes, só foi santo!!

Isto nos recorda que não devemos confundir a santidade com uns modelos determinados de liderança que resultam inalcançáveis para o comum dos mortais... A santidade não só deve ser admirada mas sobretudo desejada, trabalhada e suplicada a Deus. De forma similar, como o destino natural da criança é fazer-se homem, assim também o fim do cristão é ser santo. É a meta lógica de quem foi redimido por Cristo; o contrário seria uma frustração. Como dizia a Madre Teresa de Calcutá: "A santidade não é o luxo de uns poucos; é um simples dever de cada um de nós". Por isso, o escritor convertido León Bloy escrevia: "Só existe uma tristeza: a de não se ser santo".


D. José Ignacio Munilla Aguirre
Bispo de Palencia


EN ESPAÑOL:


Parte II

Con Rafael, ahuyentando “diablillos”

Por Monseñor José Ignacio Munilla Aguirre, Obispo de Palencia

La batalla de Rafael con esos "diablillos" que pretendían robarle la paz, la alegría y hasta la misma esperanza, es también la nuestra. Nuestra vida puede resultarnos monótona, tediosa e insufrible, o por el contrario, gozosa e ilusionante, dependiendo de la clave de sentido que mueva nuestra existencia.

Frente a quienes piensan que el motor del mundo es el dinero, el poder o el placer; los santos nos recuerdan que el verdadero motor, y el único capaz de darnos la capacidad de ahuyentar a "los diablillos", al mismo tiempo que nos revela el sentido de nuestra existencia, es el amor: el amor de Dios, manifestado en Cristo Jesús.

El rostro de Cristo tiene la virtud de hacerse presente y de cautivarnos a través de los santos, y ahora, en concreto, a través de quien será venerado como San Rafael Arnáiz. Porque, como dice nuestro Papa Benedicto XVI, con una expresión certera, "los santos son la estela luminosa con la que Dios ha atravesado la historia".

El Hermano Rafael está acompañado de otros cuatro santos más, en esta ceremonia de Canonización: Zygmunt Szcęsny Feliński, polaco, obispo y fundador de la Congregación de las Hermanas Franciscanas de la Familia de María; Francisco Coll i Guitart, español, sacerdote dominico y fundador de la Congregación de las Hermanas Dominicas de la Anunciación; Jozef Damian de Veuster, holandés, sacerdote de la Congregación de los Sagrados Corazones (muy conocido por su entrega heroica a los leprosos, relatada en la película "Molokay"); y Marie de la Croix, francesa, fundadora de la Congregación de las Hermanitas de los Pobres.

Ciertamente, estamos ante grandes figuras que han destacado por su fecundidad apostólica y por la estela que han dejado tras ellos. Entre estos, el Hermano Rafael llama la atención, porque no fundó nada, ni tuvo ningún puesto relevante, ni destacó externamente ante los demás; es más, hubo de conformarse con ser un simple "oblato", ya que su salud no le permitió abrazar íntegramente la regla trapense... Rafael no hizo cosas grandes, ¡¡sólo fue santo!!

Esto nos recuerda que no debemos confundir la santidad, con unos modelos determinados de liderazgo que nos resultan inalcanzables para el común de los mortales... La santidad no sólo debe ser admirada, sino sobre todo deseada, trabajada y suplicada a Dios. De forma similar a como el destino natural del niño es hacerse hombre, así también el fin del cristiano es ser santo. Es la meta lógica de quien ha sido redimido por Cristo...; lo contrario sería una frustración. Como decía la Madre Teresa de Calcuta: "La santidad no es el lujo de unos pocos, es un simple deber para cada uno de nosotros". Por ello, el escritor converso León Bloy escribía: "Sólo existe una tristeza: no ser santo".


Mons. José Ignacio Munilla Aguirre
Obispo de Palencia



CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN BEATO RAFAEL ARNÁIZ – Canonização inovadora





Canonização inovadora de cinco santos: um Bispo, dois sacerdotes, um jovem trapista e uma religiosa aos altares


CIDADE DO VATICANO, domingo, 11 de outubro de 2009 (ZENIT.org) - Filhos da Igreja universal se encontravam neste domingo pela manhã no Vaticano para unir-se à canonização de cinco novos santos, que se caracterizou por alguns detalhes novos. Os 50 mil participantes desta festa de fé procediam, entre outros países, da Espanha, França, Bélgica, Polônia, Rússia, Ucrânia, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos sobretudo Havaí, Peru, Chile, Colômbia e Itália.

Diferente de outras ocasiões, a cerimônia aconteceu dentro da Basílica de São Pedro. Como não havia espaço para os peregrinos, um grande grupo ficou na praça e participou da santa missa através dos telões gigantes presentes na Praça de São Pedro.

A celebração no templo católico facilitou o recolhimento e o silêncio, segundo comentavam alguns peregrinos ao terminar a celebração.

Desta vez não ouve aplausos quando o Papa mencionava em sua homilia cada santo. Assim se pediu expressamente aos peregrinos antes que iniciasse a solene eucaristia, e os assistentes souberam respeitar o pedido.

Quem não pôde entrar, teve a oportunidade de ver o Pontífice quando saiu à praça para rezar o Angelus ao finalizar a eucaristia e para oferecer um breve comentário sobre a vida de cada um dos novos santos.

Os peregrinos que puderam entrar na Basílica, saudaram emocionados Bento XVI durante sua entrada e saída. Também o rei da Bélgica, Alberto II, e sua esposa, Paola Ruffo de Calábria, que assistiram à cerimônia em honra a seu compatriota, o padre Damião de Veuster.

As leituras do Antigo e Novo Testamento da missa foram lidas em francês, espanhol e polonês. O Evangelho foi lido em latim como em grego, como sinal de unidade na Igreja e do chamado à santidade, em meio à universalidade e diversidade de carismas.

No ano sacerdotal, três novos presbíteros santos

Milhares de peregrinos com os típicos colares havaianos de flores coloridas evidenciavam tanto seu lugar de procedência como o santo que os motivou viajar até Roma: Pe. Damião de Veuster, nascido na Bélgica em 1880 e morto de lepra nas ilhas Molokai em 1889, após permanecer 16 anos ali atendendo uma colônia de leprosos. Também foi canonizado o Bispo polonês Zygmunt Szczesny Felinski, (1822-1895), fundador das irmãs franciscanas da Família de Maria, que padeceu o exílio na Rússia. O terceiro santo sacerdote canonizado era o espanhol Francisco Coll (1812-1875). Por este motivo veio a Roma o padre Juan Carlos, de Campo de Cristiana, um povoado da diocese de Ciudad Real, pois em sua paróquia, como explicou a ZENIT, há “um colégio das Dominicanas da Anunciata, chama-se Virgem do Rosário, e elas têm como fundador o padre Coll”.

A simplicidade de Juana Jugan

Uma estampa com o rosto de Santa Juana Jugan (1792-1989) traziam os peregrinos membros da associação de leigos que leva seu nome e que vivem sua vida ao serviço dos anciãos. Entre eles estava Nubia Castillo, que viajou de Valledupar, Colômbia, onde trabalham intensamente as Irmãzinhas dos Pobres, comunidade fundada pela nova santa. “Fazemos parte do grupo de associação da Casa do Avô. Queremos continuar com o espírito de Santa Juana”, disse.

Rafael, jovem e místico

Da mesma forma, o Padre Rafael Riate, procedente de Lima (Peru), viajou para a canonização de seu homônimo, o Irmão Rafael Arnáiz (1911-1938), religioso da Ordem Cisterciense da Estrita Observância. “Sinto uma profunda união espiritual com ele. Desde o seminário lia seus escritos, que são um suporte em minha vida sacerdotal”.

Uma devoção profunda ao Irmão Rafael manifestou também a senhora Ascensão do Senhor, que viajou da Espanha para a canonização de “O de capuz”, como o chama carinhosamente, pois sua foto mais famosa aparece no hábito branco próprio dos irmãos de sua comunidade. “Dele aprendi a santidade no cotidiano e seu bom senso de humor. Durante a Eucaristia sentia que estava comigo, sentado a meu lado. Esta cerimônia foi como a sua morte: simples, reconhece a senhora.

Em sua homilia Bento XVI alentou os fiéis “a deixarem-se atrair pelos exemplos luminosos destes santos, a deixarem-se guiar por seus ensinamentos para que toda nossa existência se transforme em um cântico de louvor ao amor de Deus”.

Carmen Elena Villa


EN ESPAÑOL:


Canonización innovadora de cinco santos: un Obispo, dos sacerdotes, un joven trapense y una religiosa a los altares

CIUDAD DEL VATICANO, domingo 11 de octubre de 2009 (ZENIT.org).- Hijos de la Iglesia universal se encontraban este domingo por la mañana en el Vaticano para unirse a la canonización de cinco nuevos santos, que se ha caracterizado por algunos detalles novedosos. Los 50.000 participantes en esta fiesta de fe procedían, entre otros países, de España, Francia, Bélgica, Polonia, Rusia, Ucrania, Estados Unidos sobre todo de Hawai, Perú, Chile, Colombia, y obviamente de Italia.

A diferencia de otras ocasiones, la ceremonia se realizó dentro de la Basílica de San Pedro. Como no había espacio para los peregrinos, un gran número se quedó en la plaza y participó de la santa misa a través de las pantallas gigantes presentes en la Plaza de San Pedro.

La celebración en el templo católico más grande del planeta facilitó el recogimiento y el silencio, según comentaban algunos peregrinos al terminar la celebración.

Esta vez no hubo aplausos cuando el Papa mencionaba en su homilía a cada santo. Así se les pidió expresamente a los peregrinos antes de que iniciara la solemne eucaristía, y los asistentes supieron respetar la petición.

Quienes no pudieron entrar, tuvieron la oportunidad de ver al Pontífice cuando salió a la plaza para rezar el Ángelus al finalizar la eucaristía y para ofrecer un breve comentario sobre la vida de cada uno de los nuevos santos.

Los peregrinos que pudieron entrar a la Basílica, saludaron emocionados a Benedicto XVI durante su ingreso y salida. También al rey de Bélgica Alberto II y a su esposa Paola Ruffo di Calabria, quienes asistieron a la ceremonia en honor de su compatriota, el padre Damian de Veuster.

Las lecturas del Antiguo y Nuevo Testamento de la misa fueron leídas en francés, español y polaco. El Evangelio se leyó tanto en latín como en griego, como signo de unidad en la Iglesia y del llamado a la santidad, en medio de la universalidad y diversidad de carismas.

En el año sacerdotal, tres nuevos presbíteros santos

Miles de peregrinos con los típicos collares hawaianos de flores multicolores, evidenciaban tanto su lugar de procedencia como el santo que los motivó a viajar hasta Roma: el padre Damian de Veuster, nacido en Bélgica en 1880 y muerto de lepra en las islas Molokai en 1889, tras permanecer 16 años allí atendiendo una colonia de leprosos. También fue canonizado el Obispo polaco Zygmunt Szczesny Felinski, (1822-1895), fundador de las hermanas franciscanas de la Familia de María, quien padeció el exilio en Rusia. El tercer santo sacerdote canonizado era el español Francisco Coll (1812-1875). Por este motivo ha venido a Roma el padre Juan Carlos, desde Campo de Cristana, un pueblo de la diócesis de Ciudad Real, pues en su parroquia, como ha explicado a ZENIT, hay "un colegio de las Dominicas de la Anunciata, se llama Virgen del Rosario, y ellas tienen como fundador al padre Coll".

La sencillez de Juana Jugan

Un prendedor con el rostro de santa Juana Jugan (1792-1989) lucían los peregrinos miembros de la asociación de laicos que lleva su nombre y que viven su vida al servicio de los ancianos. Entre ellos estaba Nubia Castillo, quien viajó desde Valledupar, Colombia, donde trabajan intensamente las Hermanitas de los Pobres, comunidad fundada por la nueva santa. "Hacemos parte del grupo de asociación de la Casa del Abuelo. Queremos continuar con el espíritu de santa Juana", dice.

Rafael, joven y místico

Igualmente, el padre Rafael Riate, procedente de Lima (Perú), viajó para la canonización de su homónimo, el hermano Rafael Arnaiz (1911- 1938), religioso de la orden cisterciense de la estricta observancia. "Siento una profunda unión espiritual con él. Desde el seminario leía sus escritos que son un soporte en mi vida sacerdotal", dijo.

Una devoción profunda al hermano Rafael manifestó también la señora Ascensión del Señor, quien viajó desde España para la canonización de "El de la capucha", como le llama cariñosamente, pues en su foto más famosa aparece con el hábito blanco propio de los hermanos de su comunidad. "De él he aprendido la santidad en lo cotidiano y su buen sentido del humor. Durante la eucaristía sentía que estaba conmigo, sentado a mi lado. Esta ceremonia fue como su muerte: sencilla", reconoce la señora.

En su homilía, Benedicto XVI alentó a los fieles "a dejarse atraer por los ejemplos luminosos de estos santos, a dejarse guiar por sus enseñanzas para que toda nuestra existencia se transforme en un cántico de alabanza al amor de Dios".

Carmen Elena Villa



CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN BEATO RAFAEL ARNÁIZ – Papa no Angelus





Bento XVI ao rezar o Angelus após a Missa de Canonizações

Cinco novos santos para o mundo

CIDADE DO VATICANO, domingo, 11 de outubro de 2009 (ZENIT.org) - Publicamos as palavras que Bento XVI dirigiu neste domingo ao concluir a missa de canonização de cinco novos beatos (Zygmunt Szczesny Felinski, Francisco Coll e Guitart, Jozef Daamian de Veuster, Rafael Arnáiz Barón e Marie de la Croix – Jeanne – Jugan), quando se dispunha a introduzir a oração mariana do Angelus.

* * *

Ao final desta solene celebração, o meio-dia nos convida à oração do Angelus. Antes de rezá-lo, desejo dirigir uma cordial saudação a todos vós, que haveis querido, com vossa fervorosa participação, render homenagem aos novos santos. Dirijo uma saudação particular às autoridades com as delegações oficiais vindas de diferentes países: agradeço-vos por vossa presença.

Saúdo com prazer os peregrinos francófonos que vieram por ocasião das canonizações. Seguindo o exemplo da santa Jeanne Jugan, convido-vos a preocupar-vos com os pobres e menores, os feridos da vida e os marginalizados de nossas sociedades, sobretudo por ocasião da Jornada Mundial da Rejeição da Miséria, que acontecerá em alguns dias. Recordando o santo Padre Damião, peço-vos que vos comprometais ao mesmo tempo em apoiar com vossa oração e obras as pessoas entregues com generosidade na luta contra a lepra e contra as demais formas de lepra devidas à falta de amor por ignorância e covardia. Que vossa oração acompanhe as sessões de trabalho do segundo Sínodo da África. Que Deus vos abençoe a todos!

Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua alemã e saúdo especialmente os sacerdotes recém-ordenados do Colégio Germanicum. Que o Senhor lhes dê valentia e força em seu ministério! Tomemos nossos santos como modelos para nossas vidas. Entre eles se encontra o santo sumamente querido na Alemanha, Pe. Damião, que viveu entre os leprosos na ilha havaiana de Molokai, e, finalmente com eles sofreu a peste destruidora. Por outro lado, invocamos a intercessão do santo Bispo Zygmunt Szczesny Felinski, dos santos religiosos Francisco Coll e Guitart, Rafael Arnáiz Barón e Marie de la Croix Jugan, para que Deus nos dê também hoje muitas vocações religiosas. Que o Senhor vos acompanhe com sua graça.

Dirijo uma calorosa saudação aos peregrinos de língua espanhola, em particular os que participaram desta gozosa cerimônia de canonização, em especial os senhores Cardeais, Arcebispos e Bispos que vieram com eles da Espanha, terra tão fecunda em frutos de santidade. O dominicano São Francisco Coll, com sua entrega sacerdotal e missionária, e o trapista São Rafael Arnáiz Barón, com sua alma inteiramente contemplativa, ambos fervorosos devotos da Virgem Maria, fazem honra à melhor tradição religiosa e as profundas raízes cristãs de seu povo. Que o exemplo e a intercessão destes novos santos avive em todos, e particularmente nas Dominicanas da Anunciata, na Ordem de Pregadores e nos monges Trapistas, o compromisso de seguir generosa e desinteressadamente Cristo, segundo a própria vocação, dando testemunho de seu Evangelho na sociedade de hoje.

Queridos irmãos e irmãs, a Virgem Maria é a estrela que orienta todo caminho de santidade. Seu “fiat” é modelo de adesão perfeita à vontade divina e seu “magnificat” expressa o canto de júbilo da Igreja, que já nesta terra goza pelas grandes obras de Deus e no céu louva eternamente sua glória. Dirigimo-nos à Mãe de Cristo com confiança filial, invocando por sua intercessão e a dos novos santos, paz e salvação.


Papa Bento XVI
Angelus após a Missa de Canonizações


EN ESPAÑOL:


Papa al rezar el Ángelus tras la Misa de Canonizaciones

Cinco nuevos santos para el mundo

CIUDAD DEL VATICANO, domingo 11 de octubre de 2009 (ZENIT.org) .- Publicamos las palabras que dirigió Benedicto XVI este domingo al concluir la misa de canonización de cinco nuevos beatos (Zygmunt Szczesny Felinski, Francisco Coll y Guitart, Jozef Daamian de Veuster, Rafael Arnáiz Barón y Marie de la Croix --Jeanne-- Jugan), cuando se disponía a introducir la oración mariana del Ángelus.

* * *

Al final de esta solemne celebración, el mediodía nos invita a la oración del Ángelus. Antes de rezarlo, deseo dirigir un cordial saludo a todos vosotros, que habéis querido, con vuestra fervorosa participación rendir homenaje a los nuevos santos. Dirijo un saludo particular a las autoridades con las delegaciones oficiales venidas de diferentes países: os doy las gracias por vuestra presencia.

Saludo con gusto a los peregrinos francófonos que han venido con motivo de las canonizaciones. Siguiendo el ejemplo de la santa Jeanne Jugan, os invito a preocuparos por los más pobres y más pequeños, los heridos de la vida y los marginados de nuestras sociedades sobre todo con motivo de la Jornada Mundial del Rechazo de la Miseria, que se celebrará en unos días. Recordando al santo padre Damián, os pido que os comprometáis al mismo tiempo en apoyar con vuestra oración y obras a las personas entregadas con generosidad en la lucha contra la lepra y contra las demás formas de lepra debidas a la falta de amor por ignorancia y cobardía. Que vuestra oración acompañe las sesiones de trabajo del segundo Sínodo de África. ¡Que Dios os bendiga a todos!

Dirijo un saludo cordial a los peregrinos de habla alemana y saludo especialmente a los sacerdotes recién ordenados del Colegio Germanicum con sus huéspedes. ¡Que el Señor les dé valentía y la fuerza en su ministerio! Tomemos a los nuevos santos como modelos para nuestras vidas. Entre ellos se encuentra el santo sumamente querido en Alemania, el padre Damián, quien vivió entre los leprosos en la isla hawaiana de Molokai, y, finalmente con ellos sufrió la peste destructora. Por otra parte, invocamos la intercesión del santo obispo Zygmunt Szczesny Felinski, de los santos religiosos Francisco Coll y Guitart, Rafael Arnáiz Barón y Marie de la Croix Jugan, para que Dios nos dé también hoy muchas vocaciones religiosas. Que el Señor os acompañe a todos con su gracia.

Dirijo un caluroso saludo a los peregrinos del lengua española, en particular a los que han participado en esta gozosa ceremonia de canonización, en especial a los señores Cardenales, Arzobispos y Obispos que han venido con ellos de España, tierra tan fecunda en frutos de santidad. El dominico san Francisco Coll, con su entrega sacerdotal y misionera, y el trapense san Rafael Arnáiz Barón, con su alma enteramente contemplativa, ambos fervientes devotos de la Virgen María, hacen honor a la mejor tradición religiosa y a las profundas raíces cristianas de su pueblo. Que el ejemplo y la intercesión de estos nuevos Santos avive en todos, y particularmente en las Dominicas de la Anunciata, en la Orden de Predicadores y en los monjes Trapenses, el compromiso de seguir generosa y desinteresadamente a Cristo, según la propia vocación, dando testimonio de su Evangelio en la sociedad de hoy.

Queridos hermanos y hermanas, la Virgen María es la estrella que orienta todo camino de santidad. Su "fiat" es modelo de adhesión perfecta a la voluntad divina y su "magnificat" expresa el canto de júbilo de la Iglesia, que ya en esta tierra goza por las grandes obras de Dios y en el cielo alaba eternamente su gloria. Nos dirigimos a la Madre de Cristo con confianza filial, invocando por su intercesión y la de los nuevos santos, paz y salvación.


Papa Benedicto XVI
Angelus atrás la Misa de Canonización



DOCUMENTÁRIO/DOCUMENTAL EM DVD SOBRE FRAY MARÍA RAFAEL ARNÁIZ BARÓN - Monge Trapista que será canonizado





Lançado Documentário em DVD na Argentina sobre Monge Trapista que será canonizado


BUENOS AIRES, 05 Out 09 (ACI) - A produtora argentina San José lançou um documentário em DVD sobre o Monge Trapista Rafael Arnáiz Barón, relatando a vida e a mensagem do Beato espanhol, considerado "O místico do século XX", e realizado com vistas a sua canonização no próximo dia 11 de outubro.

Segundo informa a nota de imprensa, o documentário mostra "o carisma, a simplicidade e a alegria" do jovem monge falecido aos 27 anos de idade.

O DVD conta com a participação e os testemunhos de Mons.Juan Antonio Martínez Camino, Bispo Auxiliar de Madrid e Secretário da Conferência Episcopal espanhola; do Bispo José Ignacio Munilla, de Palencia; do Padre Alberico Feliz Carbajal, monje trapista que estudou a multifacetada personalidade do Irmão Rafael; do Padre Marcos Villa Iglesias, que conheceu o Irmão Rafael; do Padre Avelino Toledano, pároco, em Burgos, Espanha, da única igreja no mundo que leva o nome do Irmão Rafael; da Irmã María Asunción Fernández Sáez, amiga de Rafael e a quem se deve a transcrição de seus manuscritos.

Também se conta com o testemunho de Fernando e Rosa Elena Arnáiz, sobrinhos do monge, e os de Carmen Argüelles e Begoña León Alonso, favorecidas com os milagres aprovados para a Beatificação e Canonização deste místico do século XX.

A filmagem foi realizada no Mosteiro de São Isidro de Dueñas, onde viveu e morreu como religioso. Também se mostram os distintos lugares que tiveram relevância em sua vida fora da Trapa.

Mais informação:

info@productorasanjose.com.ar
ou
www.productorasanjose.com.ar


Aciprensa
Zenit


EN ESPAÑOL:


Documental en DVD sobre el monje trapense en vistas a su canonización

En Argentina lanzan DVD documental sobre Monje Trapense que será canonizado

BUENOS AIRES, 05 Oct. 09 / 12:15 pm (ACI) - La productora argentina San José lanzó un documental en DVD sobre el monje trapense Rafael Arnáiz Barón, en el que se relata la vida y el mensaje del Beato español, considerado "El místico del siglo XX", y realizado en vistas a su canonización el próximo 11 de octubre.

Según informa la nota de prensa, el documental muestra "el carisma, la sencillez y la alegría" del joven monje fallecido a los 27 años de edad.

El DVD cuenta con la participación y los testimonios de Mons.Juan Antonio Martínez Camino, Obispo Auxiliar de Madrid y Secretario de la Conferencia Episcopal española; del Obispo José Ignacio Munilla, de Palencia; del Padre Alberico Feliz Carbajal, monje trapense que estudió la multifacética personalidad del Hermano Rafael; del Padre Marcos Villa Iglesias, que conoció al Hermano Rafael; del Padre Avelino Toledano, párroco, en Burgos, España, de la única iglesia en el mundo que lleva el nombre del Hermano Rafael; de la Hermana María Asunción Fernández Sáez, amiga de Rafael y a quien se debe la trascripción de sus manuscritos.

También se cuenta con el testimonio de Fernando y Rosa Elena Arnáiz, sobrinos del monje, y los de Carmen Argüelles y Begoña León Alonso, favorecidas con los milagros aprobados para la Beatificación y Canonización de este místico del siglo XX.

El rodaje se realizó en el Monasterio de San Isidro de Dueñas donde vivió y murió como religioso. Además se muestran los distintos lugares que tuvieron relevancia en su vida fuera de la Trapa.

Más información:

info@productorasanjose.com.ar
o
www.productorasanjose.com.ar


Aciprensa
Zenit



DOCUMENTÁRIO SOBRE IRMÃO RAFAEL – DOCUMENTAL SOBRE HERMANO RAFAEL





DOCUMENTÁRIO SOBRE RAFAEL ARNÁIZ


A vida do Irmão Rafael foi uma vida de intensa busca de Deus e, à medida em que ia experimentando em si mesmo a santa presença do Senhor, era levado a uma entrega cada vez maior, chegando ao anseio mais profundo da alma, que o conduz sempre mais a uma renuncia total, dando à luz o que poderíamos chamar de seu selo e assinatura: Só Deus… Só Deus … Só Deus …

Neste video-documentário gravado na Espanha, se poderá percorrer os momentos mais importantes de sua vida, sua infância e juventude, seus anseios, sua entrega a Deus, sua mística, e além disso, tudo o que o Irmão Rafael faz “hoje em dia” no mundo através de sua mensagem.

O vídeo consta de duas partes. Na primeira, se poderá apreciar sua história, desfrutando-se dos momentos mais belos da silenciosa vida do trapista. Na segunda, se poderá ver e escutar os testemunhos mais autorizados sobre sua pessoa.


Duração: 1º parte: 48 minutos - 2º parte: 36 minutos


TRAILLER:


Beato Rafael Arnáiz – “Vida e Mensagem do Irmão Rafael”





Productora San José



EN ESPAÑOL:



DOCUMENTAL RAFAEL ARNÁIZ

La vida del Hermano Rafael fue de una intensa búsqueda de Dios y a medida que iba experimentando en si mismo la presencia del Señor, lo instaba a una entrega cada vez mayor, llegando al anhelo más profundo del alma, que lo condujo siempre más a una renuncia total, dando a luz lo que podríamos llamar su sello y firma: Solo Dios…Solo Dios…Solo Dios…

En este video-documental grabado en España podrás recorrer los momentos más importantes de su vida, su infancia y juventud, sus anhelos, su entrega a Dios, su mística, pero además todo lo que el Hermano Rafael hace “hoy” en el mundo a través de su mensaje.

El vídeo consta de dos partes. En la primera podrás apreciar su historia, disfrutando de los momentos más hermosos de la silenciosa vida del trapense. En la segunda podrás ver y escuchar los testimonios más autorizados sobre su persona.


Duración: 1º parte: 48 minutos - 2º parte: 36 minutos


Productora San José


São Rafael Arnáiz rogai por nós!

¡San Rafael Arnáiz ruega por nosotros!



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

VÍDEO DA CANONIZAÇÃO - SÃO RAFAEL ARNÁIZ






“Os santos aceitam o convite exigente, e põem-se com humilde docilidade no seguimento das pegadas de Cristo crucificado e ressuscitado. Sua perfeição, na lógica da fé, às vezes humanamente incompreensível, consiste em não ser o centro de si mesmos, mas em escolher o ir contra a corrente, vivendo segundo o Evangelho”.


Papa Bento XVI
Homilia da Canonização
Roma, 11 de outubro de 2009



EN ESPAÑOL:




“Los santos acogen esta invitación exigente, y se ponen con humilde docilidad tras las huellas de Cristo crucificado y resucitado. Su perfección, en la lógica de la fe a veces humanamente incomprensible, consiste en no ser el centro de sí mismos, sino en escoger el ir contracorriente viviendo según el Evangelio”.



Papa Bento XVI
Homilia da Canonização
Roma, 11 de outubro de 2009



segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CANONIZAÇÃO - SÃO RAFAEL ARNÁIZ – A glorificação do “frustrado”, por Mons. José Ignacio Munilla Aguirre – Parte I





Parte I

São Rafael Arnáiz: a glorificação do “frustrado”, por Mons. Munilla


A canonização do Irmão Rafael colocou a nossa Diocese em festa. Domingo, 11 de outubro, uma numerosa peregrinação palentina esteve no incomparável marco da Praça de São Pedro no Vaticano, dando glória a Deus pela boa obra que realizou em cinco novos santos, entre os quais se encontra aquele que a partir desse dia será invocado como São Rafael Arnáiz.

Estou consciente de que existe o risco de participar deste acontecimento sem conhecer em profundidade a figura e a mensagem deste jovem trapista, que a Igreja nos propõe como modelo de santidade. Por isso, mais que adentrar-me em uma explicação sistemática de sua espiritualidade, minha intenção nestas breves linhas é suscitar o desejo de aceder à leitura da vida e os escritos do Irmão Rafael, uma autêntica jóia da espiritualidade católica! Os escritos do Irmão Rafael já estão publicados na maioria das línguas modernas, e estão sendo traduzidos em numerosas línguas orientais. O Irmão Rafael tem a virtude de expressar a mais profunda vivência mística, com uma frescura e proximidade de linguagem, o que torna essa mística fácil para transladarmos e aplicarmos em nossa própria vida.

Pois bem, a “história” do Irmão Rafael, assim como o “modelo” de vida cristã que nos oferece, estão condicionados em grande medida por uma grave enfermidade, a diabetes sacarina, que “frustrou” sobremaneira seus planos e seus projetos. Sua saúde não lhe permitiu assumir a vida ordinária do monge trapista, tendo que resignar-se a levar um regime de vida diferente, a ter que abandonar com frequência o Mosteiro, a ser uma carga para seus companheiros e, inclusive, ao sofrimento ante a possibilidade de que a enfermidade fosse um impedimento para sua própria vocação.

Entre seus escritos, há uma passagem muito significativa, na qual o Irmão Rafael nos abre sua alma:

“Havia uma vez um «palhaço de circo» que cada vez que entrava na «picadeiro» caía…, ia daqui para ali, arrastando seus enormes sapatos e com grandes esforços conseguia arrumar o canto do tapete. Quando já acreditava que estava bom, tropeçava nele…, voltava a arrumá-lo e caía novamente…; suava…; seu trabalho consistia em tirar uma cadeira… Para isso arregaçava as mangas, secava o suor da fronte com um enorme lenço e, como se arrastasse um peso enorme, tirava a cadeira da pista, e por último, se sentava nela. Todos riam dele ao ver o orgulhoso que se retirava, crendo que havia ajudado aos demais a preparar os aparatos, tapetes e demais móveis e utensílios que os artistas necessitavam para seu trabalho.

Eu conheço um trapista que na Trapa faz igual ao «palhaço de circo». Toda a sua atuação se reduz a arrastar os pés e secar o suor. Este pobre homem faz rir aos anjos que contemplam do céu o espetáculo do mundo, ainda que não faça os arriscados trabalhos dos demais artistas, nem dê «saltos mortais», nem exercícios de força, ou «piruetas no trapézio»… Que pode fazer se não sabe mais que desenrugar os tapetes e com isso ganhar os aplausos dos anjos?…”.


D. José Ignacio Munilla Aguirre
Bispo de Palencia



EN ESPAÑOL:



Parte I

São Rafael Arnáiz: a glorificação do “frustrado”, por Mons. Munilla


La canonización del Hermano Rafael ha puesto a nuestra Diócesis de fiesta… El domingo 11 de octubre, una numerosa peregrinación palentina estuve en el incomparable marco de la Plaza de San Pedro en el Vaticano, dando gloria a Dios por la obra buena que ha realizado en cinco nuevos santos, entre los que se encuentra quien desde ese día será invocado como San Rafael Arnáiz.

Soy consciente de que existe el riesgo de participar en este acontecimiento, sin conocer en profundidad la figura y el mensaje de este joven trapense, que la Iglesia nos propone como modelo de santidad. Por ello, más que adentrarme en una explicación sistemática de su espiritualidad, mi intención en estas breves líneas es suscitar el deseo de acceder a la lectura de la vida y los escritos del Hermano Rafael, ¡una auténtica joya de la espiritualidad católica! Los escritos del Hermano Rafael ya están publicados en la mayoría de las lenguas modernas, y están siendo traducidos a numerosas lenguas orientales. El Hermano Rafael tiene la virtud de expresar la más honda vivencia mística, con una frescura y cercanía de lenguaje, que la hace fácilmente trasladable y aplicable a nuestra propia vida.

Pues bien, la “historia” del Hermano Rafael, así como el “modelo” de vida cristiana que nos ofrece, están condicionados en gran medida por una grave enfermedad (la diabetes sacarina), que “frustró” en gran manera sus planes y sus proyectos. Su salud no le permitió asumir la vida ordinaria del monje trapense, teniendo que resignarse a llevar un régimen de vida distinto, a tener que abandonar con frecuencia el monasterio, a ser una carga para sus compañeros e, incluso, al sufrimiento ante la posibilidad de que la enfermedad fuera un impedimento para su propia vocación.

Entresaco de sus escritos, un pasaje muy significativo, en el que el Hermano Rafael nos abre su alma:

“Había una vez un «tonto de circo» que cada vez que entraba en la «pista» se caía…, iba de aquí para allá, arrastrando sus enormes zapatos y con grandes esfuerzos lograba arreglar la esquina de la alfombra. Cuando ya creía que estaba bien, tropezaba en ella…, la volvía a arrugar y se caía…; sudaba…; su trabajo consistía en sacar una silla… Para ello se remangaba, se secaba el sudor de la frente con un enorme pañuelo, y como si arrastrara un enorme peso, sacaba a la pista la silla y, por último, se sentaba en ella. Todos se reían de él al ver lo orgulloso que se retiraba, creyendo que había ayudado a los demás a preparar los aparatos, alfombras y demás enseres que los artistas necesitaban para su trabajo.

Yo conozco a un trapense que en la Trapa hace igual que el «tonto del circo», toda su actuación se reduce a un «hacer que hacemos», arrastrando los pies y secándose el sudor.
Este pobre hombre hace reír a los ángeles que contemplan desde el cielo el espectáculo del mundo y, aunque no hace los arriesgados trabajos de los demás artistas, ni da «saltos mortales», ni ejercicios de fuerza, o «volteretas en el trapecio»…, ¿qué más da? ¡Si no sabe más que desarrugar las alfombras y con ello se gana los aplausos de los ángeles!…”.


Mons. José Ignacio Munilla Aguirre
Obispo de Palencia



CANONIZAÇÃO - SÃO RAFAEL ARNÁIZ – A glorificação do “frustrado”, por Mons. José Ignacio Munilla – Parte II




Parte II

São Rafael Arnáiz: a glorificação do “frustrado”, por Mons. Munilla


Santidade não é perfeccionismo


Um dos grandes ensinamentos da vida do Irmão Rafael é esta: a santidade não deve ser confundida com o perfeccionismo. O perfeccionismo, caracteriza-se por centrar todos os esforços na materialidade de nossas obras, de forma que as possamos terminar corretamente, sem erro nem falha alguma. Entretanto, a santidade não consiste tanto na perfeição material, mas na aceitação e no oferecimento, por amor de Deus, de nossos esforços e de nossos pequenos “lucros”, assim como de nossas limitações e erros.

Ao longo dos escassos anos em que o jovem Rafael permaneceu na Trapa de Dueñas, teve que ir desprendendo-se - em um claro exercício de purificação passiva - de seus planos, projetos, propósitos… Rafael sonhou ao ingressar na Trapa com chegar a ser um monge perfeito; mas, finalmente, Deus lhe concedeu ser… um monge santo!

O santo humor do Irmão Rafael

Outro aspecto muito característico da espiritualidade do Irmão Rafael, é o seu senso de humor, vivido inclusive nos momentos trágicos de sua vida, como expressão de uma admirável confiança e abandono nas mãos “Só de Deus”. A experiência de Rafael nos ensina que quando nos encharcamos do amor infinito de Deus, então somos capazes de rir de nossos cansaços, de nossas preocupações e, definitivamente, de nosso próprio “eu”, que tanto nos ocupa e nos preocupa.

Mas não esqueçamos que a alegria do Irmão Rafael, ainda que nascendo de sua confiança em Deus, requer um exercício ascético constante e firme. Manter o senso de humor em meio às cruzes da vida, tem o preço da mortificação de nossas melancolias, da relativização das nossas decepções, de relevar os desprezos que possamos sofrer, e de elevar nossos corações. A alegria e o senso de humor do Irmão Rafael são a penitência mais agradável aos olhos de Deus.

Para todos aqueles que não puderam ir a Roma, no sábado 24 de outubro, celebraremos em nossa Diocese de Palencia um dia de ação de graças com motivo da Canonização. Pela manhã, às 12.00 h, terá lugar na Trapa de Dueñas uma Solene Eucaristia; enquanto que, pela tarde, às 18.00 h, a Santa Missa será na Catedral. Daremos graças a Deus pela elevação aos altares de quem escreveu: “Deus não nos exige mais que simplicidade por fora e amor por dentro”.


D. José Ignacio Munilla Aguirre
Bispo de Palencia


EN ESPAÑOL:


Parte II


San Rafael Arnáiz: la glorificación del “frustrado”, por Mons. Munilla


Santidad no es perfeccionismo

Una de las grandes enseñanzas de la vida del Hermano Rafael es ésta: la santidad no debe de confundirse con el perfeccionismo. El perfeccionismo, se caracteriza por centrar todos los esfuerzos en la materialidad de nuestras obras, de forma que las podamos culminar correctamente, sin error ni fallo alguno… Sin embargo, la santidad no consiste tanto en la perfección material, cuanto en la aceptación y en el ofrecimiento, por amor de Dios, de nuestros esfuerzos y de nuestros pequeños “logros”, así como de nuestras limitaciones y errores.

A lo largo de los escasos años en los que el joven Rafael permaneció en la Trapa de Dueñas, tuvo que ir desprendiéndose - en un claro ejercicio de purificación pasiva - de sus planes, proyectos, propósitos… Rafael soñó al ingresar en la Trapa con llegar a ser un monje perfecto; pero, finalmente, Dios le concedió ser… ¡un monje santo!

El santo humor del hermano Rafael

Otro aspecto muy característico de la espiritualidad del Hermano Rafael, es su sentido del humor, vivido incluso en momentos trágicos de su vida, como expresión de una admirable confianza y abandono en las manos del “sólo Dios”. La experiencia de Rafael nos enseña que cuando nos empapamos del amor infinito de Dios, entonces somos capaces de reírnos de nuestros agobios, de nuestras preocupaciones y, en definitiva, de nuestro propio “yo”, que tanto nos ocupa y nos preocupa.

Pero no olvidemos que la alegría del Hermano Rafael, aún naciendo de su confianza en Dios, requiere de un ejercicio ascético constante y firme. Mantener el sentido del humor en medio de las cruces de la vida, tiene el precio de mortificar nuestras melancolías, relativizar nuestras decepciones, pasar por alto los desprecios que podamos sufrir, y elevar nuestros corazones. La alegría y el sentido del humor del Hermano Rafael, son la penitencia más agradable a los ojos de Dios.

Para todos aquellos que no pudieron acudir a Roma, el sábado 24 de octubre, celebraremos en nuestra Diócesis de Palencia un día de acción de gracias con motivo de la Canonización. Por la mañana, a las 12.00, tendrá lugar en la Trapa de Dueñas una solemne Eucaristía; mientras que, por la tarde, a las 18.00, la Santa Misa será en la Catedral. Daremos gracias a Dios por la elevación a los altares de quien escribió: “Dios no nos exige más que sencillez por fuera y amor por dentro”.


Mons. José Ignacio Munilla Aguirre
Obispo de Palencia



domingo, 11 de outubro de 2009

CANONIZAÇÃO BEATO RAFAEL ARNÁIZ – Palavras do Papa Bento XVI ao canonizar o Irmão Rafael





Palavras do Papa Bento XVI ao canonizar o Irmão Rafael


“À figura do jovem que apresenta a Jesus o seu desejo de ser algo mais do que um bom cumpridor dos deveres que impõe a lei, retornando ao Evangelho de hoje, faz de reflexo da Luz o Irmão Rafael, hoje canonizado, falecido aos vinte e sete anos como Oblato na Trapa de San Isidro de Dueñas.

Ele também era de uma família abastada e, como ele mesmo disse, de “alma um pouco sonhadora”, cujos sonhos porém não se desvaneceram diante do apego aos bens materiais e a outras metas que a vida do mundo propõe às vezes com grande insistência. Ele disse sim à proposta de seguir Jesus, de maneira imediata e decidida, sem limites nem condições. Deste modo, iniciou um caminho que, a partir do momento em que se deu conta no Mosteiro de que “não sabia rezar”, o levou em poucos anos ao ápice da vida espiritual, que ele retrata com grande simplicidade e maturidade em numerosos escritos.

O Irmão Rafael, ainda muito próximo de nós, continua a oferecer-nos com o seu exemplo e as suas obras um percurso atrativo, especialmente para os jovens que não se conformam com pouco, mas que aspiram à plena verdade, à mais indizível alegria, que se alcançam através do amor de Deus.

“Vida de amor... Está aqui a única razão de viver”, diz o novo Santo. E insiste: “Do amor de Deus nasce tudo”. Que o Senhor ouça benigno uma das últimas orações de São Rafael Arnáiz, quando lhe entregava toda a sua vida, suplicando: “Toma-me a mim e doa-Te a Ti ao mundo”. Que se doe para reanimar a vida interior dos cristãos de hoje. Que se doe para que os seus Irmãos da Trapa e os centros monásticos continuem a ser esse farol que faz descobrir o íntimo anseio de Deus que Ele pôs em cada coração humano”.


Papa Bento XVI
Homilia da Canonização
Roma, 11 de outubro de 2009


En español:


Palabras del Papa Benedicto XVI al canonizar al Hermano Rafael


A la figura del joven que presenta a Jesús sus deseos de ser algo más que un buen cumplidor de los deberes que impone la ley, volviendo al Evangelio de hoy, hace de contraluz el hermano Rafael, hoy canonizado, fallecido a los veintisiete años como oblato en la Trapa de San Isidro de Dueñas.

También él era de familia acomodada y, como él mismo dice, de "alma un poco soñadora", pero cuyos sueños no se desvanecen ante el apego a los bienes materiales y a otras metas que la vida del mundo propone a veces con gran insistencia. Él dijo sí a la propuesta de seguir a Jesús, de manera inmediata y decidida, sin límites ni condiciones. De este modo, inició un camino que, desde aquel momento en que se dio cuenta en el Monasterio de que "no sabía rezar", le llevó en pocos años a las cumbres de la vida espiritual, que él relata con gran llaneza y naturalidad en numerosos escritos.

El hermano Rafael, aún cercano a nosotros, nos sigue ofreciendo con su ejemplo y sus obras un recorrido atractivo, especialmente para los jóvenes que no se conforman con poco, sino que aspiran a la plena verdad, a la más indecible alegría, que se alcanzan por el amor de Dios.

"Vida de amor... He aquí la única razón de vivir", dice el nuevo Santo. E insiste: "Del amor de Dios sale todo". Que el Señor escuche benigno una de las últimas plegarias de San Rafael Arnáiz, cuando le entregaba toda su vida, suplicando: "Tómame a mí y date Tú al mundo". Que se dé para reanimar la vida interior de los cristianos de hoy. Que se dé para que sus Hermanos de la Trapa y los centros monásticos sigan siendo ese faro que hace descubrir el íntimo anhelo de Dios que Él ha puesto en cada corazón humano.


Papa Benedicto XVI
Homilia de la Canonización
Roma, 11 de octubre 2009



CANONIZAÇÃO BEATO RAFAEL ARNÁIZ – Homilia na Missa de Canonização do Beato Rafael e mais quatro Beatos





EM PORTUGUÊS:


Homilia na missa de canonização de cinco beatos

Santidade é ir contra a corrente vivendo segundo o Evangelho

CIDADE DO VATICANO, domingo, 11 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia que Bento XVI pronunciou hoje, na Basílica vaticana, na Missa de Canonização de cinco Beatos: Zygmunt Szsczęsny Feliński, Bispo, fundador da Congregação das Irmãs Franciscanas da Família de Maria; Francisco Coll y Guitart, sacerdote da Ordem dos Padres Pregadores (Dominicanos), fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria; Jozef Damian de Veuster, Sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento do Altar; Rafael Arnáiz Barón, religioso da Ordem Cisterciense da Estrita Observância; Marie de la Croix, Jeanne Jugan, virgem, fundadora da Congregação das Pequenas Irmãs dos Pobres.

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Queridos irmãos e irmãs!

«O que hei de fazer para herdar a vida eterna?». Com esta pergunta teve início o breve diálogo que escutamos na página evangélica, entre um jovem, identificado como rico, e Jesus (cf. Mc 10, 17-30). Não sabemos muitos pormenores acerca deste anônimo personagem; das poucas informações, todavia, conseguimos perceber o seu desejo sincero de alcançar a vida eterna, conduzindo uma existência terrena honesta e virtuosa. De fato, conhece os mandamentos e observa-os fielmente desde a adolescência. E no entanto tudo isto, que certamente é importante, não basta - diz Jesus - falta só uma coisa, mas trata-se de algo essencial. Vendo-o então bem disposto, o divino Mestre, fitando-o com amor propõe-lhe o salto de qualidade, chama-o ao heroísmo da santidade, pede-lhe que abandone tudo e o siga: «Vende o que tens, dá aos pobres... depois, vem e segue-me!» (v. 21).

«Vem e segue-me!». Eis a vocação cristã que nasce de uma proposta de amor do Senhor, e que pode realizar-se só graças a uma nossa resposta de amor. Jesus convida os seus discípulos ao dom total da própria vida, sem cálculo e vantagem humana, com uma confiança sem reservas em Deus. Os santos aceitam este convite exigente, e põem-se com humilde docilidade no seguimento de Cristo crucificado e ressuscitado. A sua perfeição, na lógica da fé, às vezes humanamente incompreensível, consiste em não se colocar a si mesmo no centro, mas em escolher ir contra a corrente, vivendo de acordo com o Evangelho. Assim fizeram os cinco santos que hoje, com grande alegria, são apresentados à veneração da Igreja universal: Zygmunt Szczesny Felinski, Francisco Coll y Guitart, Jozef Damiaan de Veuster, Rafael Arnáiz Barón e Marie de la Croix (Jeanne) Jugan. Neles contemplamos realizadas as palavras do Apóstolo Pedro: «Deixamos tudo e seguimos-te» (v. 28) e a consoladora garantia de Jesus: «não há ninguém que tenha deixado casa e irmãos ou irmãs, mãe ou pai, filhos ou campos, por minha causa e por causa do Evangelho, que não receba já agora... cem vezes tanto... juntamente com perseguições, e a vida eterna no tempo que virá» (vv. 29-30).

Zygmunt Szczęsny Feliński, Arcebispo de Varsóvia, fundador da congregação das Franciscanas da Família de Maria, foi uma grande testemunha da fé e da caridade pastoral, numa época muito difícil para a nação e para a Igreja na Polônia. Preocupou-se com zelo do crescimento espiritual dos fiéis, ajudando os pobres e os órfãos. Na Academia Eclesiástica de São Petersburgo, dirigiu a sólida formação dos sacerdotes. Como Arcebispo de Varsóvia, incentivou todos à renovação interior. Antes da insurreição de Janeiro de 1863 contra a anexação russa, alertou o povo para o inútil derramamento de sangue. Quando, porém, eclodiu a revolta e houve repressões, defendeu corajosamente os oprimidos. Por ordem do czar russo, passou vinte anos no exílio, em Jaroslaw, às margens do Volga, sem poder retornar à sua diocese. Em qualquer situação, mantinha a inexorável confiança na Divina Providência, e assim rezava: “Oh Deus, não nos protejas das tribulações e das preocupações deste mundo... mas multiplica o amor nos nossos corações e faz que, com a mais profunda humildade, mantenhamos a infinita confiança na Tua ajuda e na Tua misericórdia...”. Hoje, o seu doar-se a Deus e aos homens, plenos de confiança e de amor, torna-se um fúlgido exemplo para toda a Igreja.

São Paulo recorda-nos na segunda leitura que «a Palavra de Deus é viva e eficaz» (Hb 4,12). Nela, o Pai que está no céu, conversa amorosamente com seus filhos de todos os tempos (cf. Dei Verbum, 21), dando-lhes a conhecer seu infinito amor e, deste modo, encorajá-os, consolá-os e oferecer-lhes o seu desígnio de salvação para a humanidade e para cada pessoa. Consciente disto, São Francisco Coll dedicou-se com afinco a propagá-la, cumprindo assim fielmente a sua vocação na Ordem dos Pregadores, na qual realizou a profissão. A sua paixão foi pregar, em grande parte de modo itinerante e seguindo a forma de «missões populares», com a finalidade de anunciar e reavivar pelos povoados e cidades da Catalunha a Palavra de Deus, ajudando assim as pessoas ir ao encontro profundo com Ele. Um encontro que leva à conversão do coração, a receber com alegria a graça divina e a manter um diálogo constante com Nosso Senhor através da oração. Por isso, a sua atividade evangelizadora incluía uma grande entrega ao sacramento da Reconciliação, uma ênfase destacada na Eucaristia e uma insistência constante na oração. Francisco Coll chegava até ao coração das pessoas porque transmitia o que ele mesmo vivia com paixão no seu interior, o que ardia no seu coração: o amor de Cristo, a sua entrega a Ele. Para que a semente da Palavra de Deus encontrasse terra boa, Francisco fundou a congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciação, com a finalidade de dar uma educação integral a crianças e jovens, de modo que pudessem descobrir a riqueza insondável que é Cristo, esse amigo fiel que nunca nos abandona nem se cansa de estar ao nosso lado, animando nossa esperança com a sua Palavra de vida.

Jozef De Veuster, que na Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria recebeu o nome Damiaan, em 1863, quando tinha 23 anos, deixou o seu país natal, os Flandres, para anunciar o Evangelho do outro lado do mundo, no Arquipélago do Havaí. A sua atividade missionária, que lhe deu tanta alegria, alcançou o seu ápice na caridade. Não sem temor e repulsa, escolheu ir à Ilha de Molokai ao serviço dos leprosos que lá se encontravam abandonados por todos; assim expôs-se à doença da qual eles sofriam. Juntamente com eles, sentiu-se em casa. O servidor da Palavra tornou-se assim um servidor sofredor, leproso com os leprosos, durante os últimos quatro anos da sua vida.

Para seguir Cristo, o Padre Damian não só deixou a sua pátria mas colocou em risco inclusive a sua saúde: por isso ele - como diz a palavra de Jesus que nos foi proclamada no Evangelho de hoje - recebeu a vida eterna (cf. Mc 10, 30).

No vigésimo aniversário da canonização de outro santo belga, Fratel Mutien-Marie, a Igreja na Bélgica reúne-se mais uma vez para dar graças a Deus por um dos seus filhos, reconhecido como um autêntico servidor de Deus. Diante desta nobre personalidade, recordamos que é a caridade a fazer a unidade: gera-a e torna-a desejável. Seguindo São Paulo, São Damião faz-nos optar pelos bons combates (cf. 1 Tm 1, 18), não por aqueles que provocam divisões, mas pelos que unem. E convida-nos a abrir os olhos para as lepras que desfiguram a humanidade dos nossos irmãos, e pedem mais do que a nossa generosidade, a caridade da nossa presença de servidores.

À figura do jovem que apresenta a Jesus o seu desejo de ser algo mais do que um bom cumpridor dos deveres que impõe a lei, retornando ao Evangelho de hoje, faz de contraluz o Irmão Rafael, hoje canonizado, falecido aos vinte e sete anos como Oblato na Trapa de San Isidro de Dueñas. Ele também era de uma família abastada e, como ele mesmo disse, de “alma um pouco sonhadora”, cujos sonhos porém não se desvaneceram diante do apego aos bens materiais e a outras metas que a vida do mundo propõe às vezes com grande insistência. Ele disse sim à proposta de seguir Jesus, de maneira imediata e decidida, sem limites nem condições. Deste modo, iniciou um caminho que, a partir do momento em que se deu conta no Mosteiro de que “não sabia rezar”, o levou em poucos anos ao ápice da vida espiritual, que ele retrata com grande simplicidade e maturidade em numerosos escritos. O Irmão Rafael, ainda muito próximo de nós, continua a oferecer-nos com o seu exemplo e as suas obras um percurso atrativo, especialmente para os jovens que não se conformam com pouco, mas que aspiram à plena verdade, à mais indizível alegria, que se alcançam através do amor de Deus. “Vida de amor... Está aqui a única razão de viver”, diz o novo Santo. E insiste: “Do amor de Deus nasce tudo”. Que o Senhor ouça benigno uma das últimas orações de São Rafael Arnáiz, quando lhe entregava toda a sua vida, suplicando: “Toma-me a mim e doa-Te a Ti ao mundo”. Que se doe para reanimar a vida interior dos cristãos de hoje. Que se doe para que os seus Irmãos da Trapa e os centros monásticos continuem a ser esse farol que faz descobrir o íntimo anseio de Deus que Ele pôs em cada coração humano.

Através da sua admirável obra ao serviço das pessoas idosas mais carentes, Santa Maria da Cruz é também uma luz para guiar as nossas sociedades, que devem sempre redescobrir o lugar e a contribuição única deste período da vida. Nascida em 1792 em Cancale, na Bretanha, Joana Jugan zelou pela dignidade dos seus irmãos e irmãs de humanidade, vulneráveis em função da idade, reconhecendo neles a própria pessoa de Cristo. “Olhai ao pobre com compaixão - dizia - e Jesus vos olhará com bondade no vosso último dia”. Seu serviço alegre e abnegado, realizado com docilidade e humildade de coração, ao fazer-se pobre entre os pobres, era marcado por este olhar de compaixão às pessoas idosas, recebido da sua profunda comunhão com Deus”. Joana Jugan viveu o mistério do amor ao aceitar, com serenidade, o escondimento e o despojamento, até a morte. O seu carisma é sempre atual, visto que muitas pessoas idosas sofrem por vários tipos de pobreza e de solidão, por vezes até abandonadas por suas famílias. O espírito de hospitalidade e de amor fraterno, fundado na confiança ilimitada na Providência, na qual Joana Jugan encontrava a fonte nas Beatitudes, iluminou toda a sua existência. Tal entusiasmo evangélico persiste hoje, em todo o mundo, com a Congregação das Pequenas Irmãs dos Pobres, que ela fundou e que testemunha, seguindo o seu exemplo, a misericórdia de Deus e o amor de compaixão do Coração de Jesus pelos pequenos. Que Santa Joana Jugan seja, para todas as pessoas idosas, uma fonte vida de esperança e para as pessoas que se põem generosamente ao seu serviço, um poderoso estímulo para prosseguir e desenvolver a sua obra!

Queridos irmãos e irmãs, demos graças ao Senhor pelo dom da santidade, que hoje resplandece na Igreja com singular beleza. Enquanto com afeto saúdo cada um de vós - Cardeais, Bispos, Autoridades civis e militares, sacerdotes, religiosos e religiosas, fiéis leigos de várias nacionalidades que participais nesta solene celebração eucarística - gostaria de dirigir a todos o convite a deixar-se atrair pelos exemplos luminosos desses Santos, a deixar-se guiar pelos seus ensinamentos, para que toda a nossa existência se torne um cântico de louvor ao amor de Deus. Obtenha-nos esta graça a sua celeste intercessão e, sobretudo, a materna proteção de Maria, Rainha dos Santos e Mãe da humanidade. Amém.


Papa Bento XVI
Homilia da Canonização
Roma, 11 de outubro de 2009



CANONIZACIÓN BEATO RAFAEL ARNÁIZ – Homilía en la Misa de Canonización del Beato Rafael y más cuatro Beatos





EN ESPAÑOL:


Homilía en la Misa de Canonización de cinco Beatos

La santidad, "ir contracorriente viviendo según el Evangelio"

CIUDAD DEL VATICANO, domingo 11 de octubre de 2009 (ZENIT.org) .- Publicamos la homilía que pronunció Benedicto XVI este domingo en la misa de canonización de los beatos Zygmunt Szsczesny Felinski, (1822-1895), obispo, fundador de la Congregación de las Hermanas Franciscanas de la Familia de María; Francisco Coll y Guitart (1812-1875), sacerdote de la Orden de los Hermanos Predicadores (Dominicos), fundador de la Congregación de las Hermanas Dominicas de la Anunciación de la Bienaventurada Virgen María; Jozef Daamian de Veuster (1840-1889), sacerdote de la Congregación de los Sagrados Corazones de Jesús y María y de la Adoración Perpetua del Santísimo Sacramento del Altar; Rafael Arnáiz Barón (1911-1938), religioso de la Orden Cisterciense de la Estricta Observancia; Marie de la Croix Jeanne Jugan (1792-1879), fundadora de la Congregación de las Hermanitas de los Pobres.

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Queridos hermanos y hermanas:

"¿Qué he de hacer para tener en herencia vida eterna?". Con esta pregunta empieza el breve diálogo, que hemos escuchado en la página evangélica, entre alguien, identificado en otro sitio como el joven rico, y Jesús (Cf. Marcos 10,17-30). No tenemos muchos detalles acerca de este anónimo personaje, pero con estas pocas pinceladas conseguimos percibir su sincero deseo de alcanzar la vida eterna llevando una honesta y virtuosa existencia terrena. En efecto, conoce los mandamientos y los observa fielmente desde que era joven. Y, sin embargo, todo esto que sin duda es importante, no es suficiente -dice Jesús- falta una cosa sólo, pero es algo esencial. Al verlo bien dispuesto, el divino Maestro lo mira con amor y le propone el salto decisivo, lo llama al heroísmo de la santidad, le pide que abandone todo para seguirlo: "Cuanto tienes véndelo y dáselo a los pobres... luego, ven y sígueme" (v. 21).

"Ven y sígueme". He aquí la vocación cristiana que brota de una propuesta de amor del Señor, y que puede cumplirse sólo gracias a una respuesta nuestra de amor. Jesús invita a sus discípulos al don total de su vida, sin cálculo ni intereses humanos, con una confianza en Dios sin reservas. Los santos acogen esta invitación exigente, y se ponen con humilde docilidad tras las huellas de Cristo crucificado y resucitado. Su perfección, en la lógica de la fe a veces humanamente incomprensible, consiste en no ser el centro de sí mismos, sino en escoger el ir contracorriente viviendo según el Evangelio. Es lo que hicieron los cinco santos que hoy, con gran alegría, se presentan a la veneración de la Iglesia universal: Zygmunt Szczesny Felinski, Francisco Coll i Guitart, Jozef Damiaan de Veuster, Rafael Arnáiz Barón y Marie de la Croix, Jeanne Jugan. En ellos vemos cumplidas las palabras del apóstol Pedro: "Ya lo ves, nosotros lo hemos dejado todo y te hemos seguido" (v. 28) y la consoladora afirmación de Jesús: "nadie que haya dejado casa, hermanos, hermanas, madre, padre, hijos o hacienda por mí y por el Evangelio, quedará sin recibir el ciento por uno... con persecuciones; y en el mundo venidero, vida eterna" (vv. 29-30).

Zygmunt Szczesny Felinski, arzobispo de Varsovia, fundador de la congregación de las Franciscanas de la Familia de María, ha sido un gran testigo de la fe y de la caridad pastoral en tiempos muy difíciles para la nación y para la Iglesia en Polonia. Se preocupó con celo por el crecimiento espiritual de los fieles, ayudando a los pobres y a los huérfanos. En la Academia Eclesiástica de San Petersburgo, cuidó una sólida formación de los sacerdotes. Como arzobispo de Varsovia inflamó a todos a una renovación interior. Antes de la insurrección de enero de 1863 contra la anexión rusa, puso en guardia al pueblo sobre el inútil esparcimiento de sangre. Pero cuando estalló la revuelta y empezaron las represiones, defendió valientemente a los oprimidos. Por orden del zar ruso pasó veinte años de exilio en Jaroslaw, en el Volga, sin poder regresar jamás a su diócesis. En cada situación conservó firmemente la confianza en la Divina Providencia, y rezaba así: "Oh, Dios, protégenos no de las tribulaciones y de las preocupaciones de este mundo... sólo multiplica el amor en nuestros corazones y haz que con la más profunda humildad mantengamos la infinita confianza en Tu ayuda y en Tu misericordia..". Hoy su entrega a Dios y a los hombres, llena de confianza y de amor, se convierte en un fúlgido ejemplo para toda la Iglesia.

San Pablo nos recuerda en la segunda lectura que "la Palabra de Dios es viva y eficaz" (Hb 4,12). En ella, el Padre, que está en el cielo, conversa amorosamente con sus hijos de todos los tiempos (cf. Dei Verbum, 21), dándoles a conocer su infinito amor y, de este modo, alentarlos, consolarlos y ofrecerles su designio de salvación para la humanidad y para cada persona. Consciente de ello, san Francisco Coll se dedicó con ahínco a propagarla, cumpliendo así fielmente su vocación en la Orden de Predicadores, en la que profesó. Su pasión fue predicar, en gran parte, de manera itinerante y siguiendo la forma de "misiones populares", con el fin de anunciar y reavivar por pueblos y ciudades de Cataluña la Palabra de Dios, ayudando así a las gentes al encuentro profundo con Él. Un encuentro que lleva a la conversión del corazón, a recibir con gozo la gracia divina y a mantener un diálogo constante con nuestro Señor mediante la oración. Por eso, su actividad evangelizadora incluía una gran entrega al sacramento de la Reconciliación, un énfasis destacado en la Eucaristía y una insistencia constante en la oración. Francisco Coll llegaba al corazón de los demás porque trasmitía lo que él mismo vivía con pasión en su interior, lo que ardía en su corazón: el amor de Cristo, su entrega a Él. Para que la semilla de la Palabra de Dios encontrara buena tierra, Francisco fundó la congregación de las Hermanas Dominicas de la Anunciata, con el fin de dar una educación integral a niños y jóvenes, de modo que pudieran ir descubriendo la riqueza insondable que es Cristo, ese amigo fiel que nunca nos abandona ni se cansa de estar a nuestro lado, animando nuestra esperanza con su Palabra de vida.

Josef de Veuster, que recibió el nombre de Damiaan en la Congregación de los Sagrados Corazones de Jesús y María, cuando tenía veintitrés años, en 1863, abandonó su país natal, Flandes, para anunciar el Evangelio en otra parte del mundo, en las Islas Hawai. Su actividad misionera, que le proporcionó tanta alegría, alcanza su cumbre en la caridad. No sin miedo y repugnancia, eligió ir a la Isla de Molokai para ponerse al servicio de los leprosos que allí se encontraban, abandonados por todos; y de esta forma se expuso a la enfermedad que ellos sufrían. Con los leprosos se sintió como en su casa. El servidor de la Palabra se convirtió así en un servidor que sufrió, leproso con los leprosos, durante los últimos cuatro años de su vida.

Para seguir a Cristo, el padre Damiaan no sólo abandonó su patria, sino que también puso en riesgo su salud: por eso él - como dice la Palabra de Jesús que hoy nos ha sido anunciada en el Evangelio - recibió la vida eterna (Cf. Marcos 10,30).

En el XX aniversario de la canonización de otro santo belga, el padre Mutien-Marie, la Iglesia de Bélgica se une de nuevo para dar gracias a Dios por uno de sus hijos, reconocido como un auténtico servidor de Dios. Recordamos ante esta noble figura que la caridad crea la unidad: la genera y la hace deseable. Siguiendo los pasos de san Pablo, san Damián nos arrastra a elegir la buenos combates (cf. 1 Timoteo 1, 18), no los que llevan a la división, sino los que unen. Nos invita a abrir los ojos a las lepras que desfiguran la humanidad de nuestros hermanos y reclaman todavía hoy, más que nuestra generosidad, la caridad de nuestra presencia servicial.

A la figura del joven que presenta a Jesús sus deseos de ser algo más que un buen cumplidor de los deberes que impone la ley, volviendo al Evangelio de hoy, hace de contraluz el hermano Rafael, hoy canonizado, fallecido a los veintisiete años como oblato en la Trapa de San Isidro de Dueñas. También él era de familia acomodada y, como él mismo dice, de "alma un poco soñadora", pero cuyos sueños no se desvanecen ante el apego a los bienes materiales y a otras metas que la vida del mundo propone a veces con gran insistencia. Él dijo sí a la propuesta de seguir a Jesús, de manera inmediata y decidida, sin límites ni condiciones. De este modo, inició un camino que, desde aquel momento en que se dio cuenta en el Monasterio de que "no sabía rezar", le llevó en pocos años a las cumbres de la vida espiritual, que él relata con gran llaneza y naturalidad en numerosos escritos. El hermano Rafael, aún cercano a nosotros, nos sigue ofreciendo con su ejemplo y sus obras un recorrido atractivo, especialmente para los jóvenes que no se conforman con poco, sino que aspiran a la plena verdad, a la más indecible alegría, que se alcanzan por el amor de Dios. "Vida de amor... He aquí la única razón de vivir", dice el nuevo Santo. E insiste: "Del amor de Dios sale todo". Que el Señor escuche benigno una de las últimas plegarias de San Rafael Arnáiz, cuando le entregaba toda su vida, suplicando: "Tómame a mí y date Tú al mundo". Que se dé para reanimar la vida interior de los cristianos de hoy. Que se dé para que sus Hermanos de la Trapa y los centros monásticos sigan siendo ese faro que hace descubrir el íntimo anhelo de Dios que Él ha puesto en cada corazón humano.

Por su obra admirable al servicio de las personas ancianas más necesitadas, santa Marie de la Croix es también un faro para guiar a nuestras sociedades, que deben redescubrir el lugar y la aportación única de este periodo de la vida. Nacida en 1792 en Cancale, en Bretaña, Jeanne Jugan se preocupó de la dignidad de sus hermanos y hermanas en la humanidad, a los que la edad había hecho vulnerables, reconociendo en ellos a Cristo mismo. "Mirad al pobre con compasión, decía, y Jesús os mirará con bondad en vuestro último día". Esta mirada de compasión hacia las personas ancianas, que nacía de su profunda comunión con Dios, Jeanne Jugan la comunicaba mediante su servicio alegre y desinteresado, que llevaba a cabo con dulzura y humildad de corazón, deseando ser ella misma pobre entre los pobres. Jeanne vivió el misterio del amor aceptando, en paz, la oscuridad y la austeridad hasta su muerte. Su carisma sigue siendo actual, puesto que muchas personas ancianas sufren múltiples condiciones de pobreza y soledad, a veces, incluso abandonadas por sus familias. El espíritu de hospitalidad y de amor fraternal, basado en una confianza ilimitada en la Providencia, en la cual Jeanne Jugan encontraba la fuente de las Bienaventuranzas, iluminó toda su existencia. Este impulso evangélico sigue presente hoy en el mundo en la Congregación de las Hermanitas de los Pobres, que ella fundó y que da testimonio a su vez de la misericordia de Dios y del amor compasivo del Corazón de Jesús por los pequeños. Que santa Jeanne Jugan sea para las personas ancianas una fuente viva de esperanza y para las personas que generosamente se ponen a su servicio, un estímulo potente para proseguir y desarrollar su obra.

Queridos hermanos y hermanas, demos gracias al Señor por el don de la santidad, que hoy resplandece en la Iglesia con singular belleza. Mientras saludo con afecto a cada uno de vosotros -cardenales, obispos, autoridades civiles y militares, sacerdotes, religiosos y religiosas, fieles laicos de varias nacionalidades que participáis en esta solemne celebración eucarística-, querría dirigir a todos la invitación a dejarse atraer por los ejemplos luminosos de estos Santos, a dejarse guiar por sus enseñanzas para que toda nuestra existencia se transforme en un cántico de alabanza al amor de Dios. Que nos consiga esta gracia su celestial intercesión y sobre todo la materna protección de María, reina de los santos y madre de la humanidad. Amén.


Papa Benedicto XVI
Homilía de la Canonización
Roma, 11 de octubre 2009