quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Canonização do Beato Rafael marcada para 11 de outubro




AGÊNCIA ECCLESIA-21 de fevereiro de 2009

Canonização com data marcada

Bento XVI confirma novos Santos da Igreja

A cerimônia de canonização dos futuros Santos já tem data marcada. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório deste Sábado, presidido pelo Papa. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório deste sábado, presidido pelo Papa.

O Consistório Público Ordinário representou o passo final do processo para a canonização. Juntamente com o novo Santo português, Nuno Álvares Pereira, serão canonizados Arcangelo Tadini, Bernardo Tolomei, Gertrude (Caterina) Comensoli e Caterina Volpicelli. Outras cinco canonizações terão lugar a 11 de Outubro.

Quanto ao local, o Cardeal Saraiva Martins lembra que “o princípio é que as canonizações sejam feitas em Roma e as beatificações nas igrejas locais. Se não houve nenhum pedido, é natural que seja em Roma”, sublinha.


Em português


O Cardeal português diz que “todos os santos são modelos para serem imitados” e no caso do Beato Nuno: destaca “a caridade para com os pobres”. Para além do “Santo Condestável”, foram concluídos outros nove processos, relativos a quatro italianos, dois espanhóis, uma francesa, um polaco e um belga.

26 de Abril

Juntamente com o Beato Nuno de Santa Maria serão canonizados outros quatro novos Santos:

Arcangelo Tadini (Itália) Sacerdote, Fundador da Congregação das Operárias da Santa Casa de Nazaré.

Bernardo Tolomei (Itália), Abade, Fundador da Congregação de Santa Maria do Monte Oliveto da Ordem de São Bento.

Gertrude Comensoli (Caterina, nome civil-Itália), Fundadora do Instituto das Religiosas do Santíssimo Sacramento.

Caterina Volpicelli (Itália), Fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração.


En español


11 de Outubro

Mais tarde, ainda em 2009, Bento XVI presidirá à cerimônia de canonização de cinco novos Santos. São eles:

Jozef Damian de Veuster (Bélgica), o conhecido Padre Damião, Sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento do Altar, que consagrou sua vida aos leprosos da Ilha de Molokai, onde ele mesmo faleceu por causa desta doença.

Francisco Coll y Guitart (Espanha), Sacerdote Dominicano, Fundador da Congregação das Dominicanas da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria.

Rafael Arnáiz Barón (Irmão Rafael - Espanha), Monge da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (Trapista), que faleceu aos 27 anos, vítima de um coma diabético. É considerado um dos grandes místicos do século XX.

Zygmunt Szczesny Felinski (Polônia), Arcebispo, Fundador da Congregação das Religiosas Franciscanas da Família de Maria.

Marie de la Croix (Jeanne, nome civil) Jugan (França), Fundadora da Congregação das Irmãzinhas dos Pobres.

Bento XVI fez até hoje 763 Beatos e 18 novos Santos. O “recordista” João Paulo II fez 482 novos Santos e 1342 novos Beatos, num pontificado de 26 anos e meio.



Não permitas, Senhor, que me afaste de Ti




“Bendito Jesus, como expressar-Te, oh Senhor, a grande ternura que minha alma sente ante a doçura de Teu Amor? Que fiz eu, Deus meu, para que assim me trates? Tão de imediato se inunda minha alma de profunda amargura como se preenche de regozijante alegria ao pensar em Ti e no que Tu prometes ao final da jornada. Que fiz eu, Senhor?

Hoje, na Santa Comunhão senti o consolo de um verme perto de Ti, quando tudo parece que me abandona. Quis, Senhor, cravar em Teu Coração essas palavras que digo todos os dias:

Não permitas, Senhor, que me afaste de Ti!

Abraçado a Tua Cruz, entrei no Capítulo...Ao pé da Tua Cruz tomei o Alimento de que necessita minha débil natureza...Aos pés de Tua Ensanguentada Cruz, encontro o consolo de escrever estas linhas...

Não permitas que me afaste de Ti, Senhor!

Esteja sempre, Senhor, à sombra do Duro Madeiro. Põe ali, a Teus pés, minha cela, meu leito...Tenha eu, Senhor, ali minhas delícias, meus descansos no sofrer...Que regue o solo do Calvário com minhas lágrimas...Ali, ao pé da Cruz, tenha minha oração, meus exames de consciência...

Não permitas, Senhor, que me afaste de Ti!

Que alegria tão grande é poder viver ao pé da Cruz. Ali encontro a Maria, a São João e a todos os que Te amam. Ali não há dor, pois ao ver a Tua, Senhor, quem se atreve a sofrer? Ali tudo se esquece, não há desejo de gozar, nem ninguém pensa em penas...Ao ver Tuas Chagas, Senhor,, só um pensamento domina a alma...Amor...Sim, amor para enxugar Teu Suor, amor para adoçar Tuas Feridas, amor para aliviar tão imensa Dor.

Não permitas, Senhor, que me afaste de Ti!”



Dos escritos de Rafael


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quaresma e Beato Rafael




“Vou me dedicar a fazer uma Quaresma fervorosa
por todos os homens que há no mundo
que não se recordam de Deus”

Dos escritos de Rafael


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Irmão Rafael será canonizado




Irmão Rafael será canonizado

Um jovem Trapista

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009 ( ZENIT.org )

Bento XVI canonizará em breve o Beato Rafael Arnáiz, jovem Monge Trapista espanhol que havia sido proposto por João Paulo II, na Jornada Mundial da Juventude de Santiago de Compostela (1989), como modelo de vida cristã para os jovens.

Seu nome faz parte da lista dos dez Beatos divulgada nesta segunda-feira pela Santa Sé, ao convocar o Consistório de Cardeais que no próximo sábado, 21 de fevereiro, anunciará a data de suas canonizações. A Santa Sé divulgou nesta segunda-feira que no próximo dia 21 de fevereiro acontecerá o Consistório público dos Cardeais, no qual se decidirá a data da celebração de canonização de 10 novos Beatos.

O «Irmão Rafael», como é comumente conhecido na Espanha, é um dos autores mais conhecidos e populares de escritos espirituais e místicos do século XX, e sua fama de santidade logo se estendeu fora dos muros de seu Mosteiro.

O Beato Rafael nasceu em 9 de abril de 1911 em Burgos, e faleceu aos 27 anos, em 26 de abril de 1938, no Mosteiro Trapista de São Isidro de Dueñas, após uma dolorosa enfermidade.

Criado em uma família de boa posição social e profundamente cristã, estudou Arquitetura em Madri. Era um grande aficcionado à fotografia, e tinha um temperamento artístico notável.

Ingressou no Mosteiro Trapista em 1934, e pouco tempo depois contraiu uma penosa enfermidade, a diabetes sacarina, que o obrigou a deixar o Claustro em três ocasiões, voltando finalmente ao Mosteiro, onde morreu.

Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 27 de setembro de 1992.

Fonte: Zenit


Igreja contará com 10 novos santos




Entre eles, o Pe. Damião de Molokai e o Beato Rafael

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org)

A Santa Sé divulgou hoje que no próximo sábado, 21 de fevereiro, acontecerá o Consistório público dos Cardeais, no qual se decidirá a data da celebração de canonização de dez Beatos.

Entre os novos Santos, está o holandês Damião de Veuster, mais conhecido como o Apóstolo dos Leprosos de Molokai, e os espanhóis Francisco Coll e Rafael Arnáiz.

Também se encontra o beneditino Bernardo Tolomei, que viveu no século XIII e cujo culto, aprovado pelo Papa Pio II, é celebrado desde o século VI, ainda que nunca concluiu oficialmente a causa de canonização. Foi confirmado como Beato por decreto da Congregação de Ritos, em 24 de novembro de 1644.

Esta reunião do Consistório é um dos últimos passos prévios à cerimônia de canonização, após a aprovação do milagre, cujo decreto, neste caso, o Papa autorizou em 6 de dezembro de 2008, e nele está previsto que se dê a conhecer a data da celebração da canonização. Trata-se dos Beatos:

– Zygmunt Szcesny Felinski, polonês, Bispo e Fundador da Congregação das Irmãs Franciscanas da Família de Maria.
– Arcangelo Tadini, italiano, Sacerdote e Fundador da Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré.
– Francisco Coll i Guitart, espanhol, Sacerdote dominicano e Fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciação da Beata Virgem Maria.
– Jozef Damian de Veuster, holandês, Sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento do Altar. O decreto de reconhecimento do milagre havia sido aprovado em 3 de julho de 2008.
– Bernardo Tolomei, italiano, Abade e Fundador da Congregação de Santa Maria do Monte Oliveto da Ordem Beneditina. A aprovação do decreto de reconhecimento do milagre aconteceu em 3 de julho de 2008.
– Rafael Arnáiz Barón, espanhol, Religioso da Ordem Cisterciense da Estrita Observância.
– Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, português, Religioso carmelita. A aprovação do decreto de reconhecimento do milagre aconteceu em 3 de julho de 2008.
– Gertrude (Caterina) Comensoli, italiana, Fundadora do Instituto das Irmãs do Santíssimo Sacramento. A aprovação do decreto de reconhecimento do milagre aconteceu em 17 de março de 2008.
– Marie de la Croix (Jeanne) Jugan, francesa, Fundadora da Congregação das Irmãzinhas dos Pobres.
– Catherina Volpicelli, italiana, Fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração.

Fonte: Zenit


domingo, 22 de fevereiro de 2009

O caminho da Cruz é doce




"O doce caminho da cruz...É o caminho do sacrifício, da renúncia, às vezes da batalha sangrenta que se resolve em lágrimas no Calvário ou no Horto das Oliveiras...O caminho, Senhor, é ser o último, o enfermo, o pobre oblato trapista que às vezes sofre junto à Cruz".

Dos escritos de Rafael


Palavras de um parente de Rafael, 3ª parte




Palavras de um parente de Rafael, 3ª parte

Escrito por Bruno, do Blog Religión en Liberdad

O Irmão Rafael, por fim Santo!


“Logo na primeira guerra mundial, a Arquitetura Moderna se consolida: simplicidade de formas, ausência de ornamentos, renúncia à composição acadêmica clássica e como referência, a arte moderna (cubismo, expressionismo, neoplasticismo, futurismo, etc). Nos anos trinta, o ‘racionalismo arquitetônico’ busca responder às novas necessidades das massas com as novas tecnologias.

Rafael, sempre atualizado, estaria inteirado das propostas de vanguarda, por exemplo, as de Fernando Garcia Mercadal, vindo de sua mesma Escola e quem, justamente em 1930, com alguns colegas (Aizpúrua, Sert, Clave) funda o GATEPAC. E claro, através dos jornais franceses que lia, se intera das idéias de arquitetos como Charles-Édouard Jeanneret, e em repúblicas de estudantes, logo no cinema, em cafés ou restaurantes nas proximidades de Gran Via, conversaria de Gropius, Mies, Neutra. Sobretudo, ele refletirá logo, enquanto estuda em seu quarto, ou escuta música, ou dirige o carro...

‘Senhor, embora esteja ocupado com mil coisas, tenho meu espírito posto em Vós’

Como arquiteto sensível, amou a Deus, Beleza Infinita, Desenhista e Criador Supremo, Sentido de Tudo.

‘O que vislumbra um pouquinho da grandeza de Deus, entontece’.


Logo, ao lhe crescerem as ânsias de plenitude, lhe impressiona a vida monástica. Encontrou na Trapa uma simplicidade, uma sobriedade, uma inspiração para meditar sobre a beleza da Jerusalém Celeste, que o leva muito mais além do Partenon, muito mais além das maravilhas aqui da terra.

‘Por tanto aqui na Trapa ocorre o dito popular: todos podem olhar mas são poucos os que vêem. Mas os que são cristãos e têm fé, na Trapa vêem algo mais do que isso. Vêem a Deus de uma maneira palpável’.

Sentiu, na entrega plena ao Senhor, a sua vocação definitiva, e correu para ela. Mas não lhe foi fácil tomar esta decisão e mudar de vida. Teve dúvidas humanas mas foi mais forte a alegria do ‘dar-se de todo ao Tudo, sem tirar nada’ (Santa Teresa), que o fazia exclamar, já vivendo no Mosteiro, coisas como esta:

‘Tudo respira paz...Dá vontade de morrer...Que Grande é Deus!...Que Bem faz as coisas!...Quanto Deus ama este pobre Trapista!...Deus sabe...’ ".


sábado, 21 de fevereiro de 2009

Palavras de um parente de Rafael, 2ª parte




Palavras de um parente de Rafael, 2ª parte

Escrito por Bruno, do Blog Religión en Liberdad

O Irmão Rafael, por fim Santo!

(continuação)

“Como era aquele jovem de 19 anos que foi para a capital estudar na Universidade? Era de estatura média, bem vestido sempre, não por vaidade mas como reflexo de um profundo sentido estético e cultural. Seus gestos simples não careciam de sóbria elegância. Risonho, amigável, de boa conversa, enamorado de tudo o que era arte, sabia também buscar momentos de solidão e silêncio. Popular entre as moças, conservou seus ideais de pureza e castidade, que seguia cultivando uma ordem pessoal referente a Deus, e um respeito ao sentido e dignidade da vida humana.

‘Quanto mais tentações tenha, mais firme estarei no caminho, porque por trás de mim está Nossa Senhora’.

Ele teve essa humildade que dispõe à sabedoria e à graça de Deus, a Quem sempre buscou. E encontrando-Lhe, correspondeu deveras, constituindo-se em um testemunho vivo da fé.

‘Feliz em meu nada e ditoso em meu Tudo que é Jesus’.


Algo a destacar pelas pessoas que lhe conheceram foi o seu olhar, atento, amável, mas que por momentos era como se perdesse no infinito.


‘A alma olha ao longe buscando a única vida que espera em um mar de esperanzas seja melhor’


Em geral, foi um jovem de seu tempo, com qualidades físicas e morais, mas
especialmente com altos ideais e muito amor, primeiro a Deus e, em Deus, ao próximo e a toda a criação.

‘Amar muito a Deus, amar muito a Maria; olhar ao céu, cantar, tornar-se louco’.


Uma das tantas definições do que é a Arquitetura, de alguém reconhecido para aquele momento, pode ilustrar sobre o porque do entusiasmo desta arte/ciência: ‘A Arquitetura é um feito plástico, é o jogo sábio, correto, magnífico dos volumes debaixo da luz...Mas além da utilidade, do conforto..., é a arte do sentido mais elevado, é ordem matemática, é teoria pura, harmonia completa graças à exata proporção de todas as relações’(Le Corbusier, 1929).


‘Na harmonia da criação, cada homem, cada coisa, segue o curso traçado por Deus’.

Rafael se matricula na ‘Escola Técnica Superior de Madri’ (ETSAM), fundada em 1844, a mais antiga da Espanha. Naquela época e até 1936, ocupou uma parte do Edifício dos Reais Estudos de San Isidro, na rua em que estudava. É curioso, pois um dia deixou aquele edifício de San Isidro, depois de quase 4 anos, para entrar em outro de nome similar, o da Trapa de San Isisdro (ou Isidoro), onde morreu.


’Senhor, não posso deter-me; tenho que seguir até Ti’.

Já como estudante, em seu dia a dia, mantuve a relação já estabelecida com Deus; estando no mundo, não foi do mundo. Continuou com a oração pessoal que cultivou desde pequeño, frequentou o Sacrário e a Adoração Noturna.


'Cristo está no Sacrário e não faz mais que esperar que Seus filos vão estar com Ele um pouco’.


Se inscreve também na Congregação Mariana de Madri, pelo carinho que professava à Virgem.

‘Quanta ternura tem essa Divina Mãe!’


Vivia sozinho em uma pensão na Praça El Callao. Madri não era uma cidade fácil e ele chega a ela no momento dos últimos intentos da monarquia de perdurar e no meio de toda a agitação política e social que acompanhou à República, com seu ideal de progresso. Rafael, à luz do que via, escreverá:


‘O progresso sem Deus é ruído que aturde’ ".


(continua)


Palavras de um parente de Rafael, 1ª parte




Palavras de um parente de Rafael, 1ª parte

Escrito por Bruno, do Blog Religión en Liberdad

O Irmão Rafael, por fim Santo!

Uma das grandes bênçãos que Deus me regalou pelo tempo que dedico a este Blog foi a oportunidade de conhecer muitas pessoas interessantes: companheiros de caminho até a Pátria eterna dentro da Igreja, Sacerdotes, Religiosos, famílias em missão, convertidos, nobres adversários em mil e uma discussões...

Uma dessas pessoas que agradeço a Deus haver conhecido atrav´s deste Blog é parente do Irmão Rafael. Assim que pensei pedir-lhe que escrevesse umas linhas sobre este Santo. Que maravilha ter um Santo na família! Com grande acerto, foi contando algo sobre a sua vida, com frases do próprio Rafael.

Não sei se os leitores sabem que recentemente foi aprovado o milagre que permitirá a canonização deste Santo espanhol do séc XX, que foi beatificado por João Paulo II em Madri há alguns anos. Sua vida, humanamente, não teve relevância. Entrou como monge para a Trapa de San Isidro de Dueñas aos 23 anos. Seu tempo no Mosteiro foi humanamente um desastre: enfermidade atrás de enfermidade, teve que abandonar por três vezes o Mosteiro e, finalmente, a morte por diabetes aos 27 anos de idade. Entretanto, seus escritos e desenhos nos deixaram um retrato do que é a santidade: o cumprimento, mediante a Graça que transforma nossa debilidade, da Vontade de Deus, seja ela qual for.

“Estimado Bruno,

Com respeito ao seu amável convite para escrever algo sobre Rafael Arnáiz, lhe envio as seguintes reflexões, frases dele e passagens de sua vida, fincando pé em sua passagem pela Faculdade de Arquitetura, talvez porque nós compartilhamos essa vocação.


Devendo começar por alguma parte, o faço destacando que o caminho espiritual deste Santo começa na família. Seus pais se esforçaram por construir um lugar para a família de acordo com Deus, o qual girava em torno do amor, da fé e da cultura no mais alto nível. Rafael Arnáiz, o pai, era engenheiro de Montes e em certas ocasiões se fazia acompanhar ao trabalho por seu filho mais velho, percorrendo a formosa e variada geografia asturiana, o que permitiu ao menino aprender da técnica e da natureza. Esses passeios com o pai, as conversas inteligentes sobre diversos temas, em especial os transcendentes, o ajudaram a descobrir Deus na beleza da criação, motivando-lhe a essa oração espontânea e íntima que praticou por toda a sua vida:

‘Se me impressiona uma paisagem é porque nela vejo Deus; e as cores, os ventos e o sol são obras suas’

A mãe, Mercedes Baron, mulher piedosa, lhe ensinou as primeiras orações, assim como também a afeição pela música, o teatro e a pintura.

‘Passei um dia feliz, debruçado sobre a prancheta..., mas pensando bem, não são os pincéis e as cores que alegram as minhas horas de trabalho; é o trabalho mesmo, é a Cruz que estou desenhando, a causa de minha alegria’.

(continua)


Trapista a um passo da canonização




Jovem monge espanhol trapista a um passo da canonização

21 de novembro de 2008

MADRI, 20 Nov. 08 - A Congregação para a Causa dos Santos aprovou o milagre da cura inexplicável de Begoña León Alonso, uma madrilense de 38 anos que sofreu da Síndrome de Hellp durante sua gravidez e que, no momento de ser operada para que seu filho fosse salvo entrou em estado de morte cerebral, por intercessão do Beato Maria Rafael Arnaiz Barón, um Monge Trapista falecido aos 27 anos.

Conforme explica o jornal La Nueva España, em 2000, Begoña León adoeceu estando grávida e teve que ser submetida a uma cesariana no Hospital Gregorio Marañón para salvar o bebê. O estado da paciente piorou e teve que sofrer nova intervenção cirúrgica em caráter de urgência. A cirurgia não correu bem e a mulher entrou em estado de morte cerebral.

Uma Irmã do Mosteiro Cisterciense de São Bernardo de Burgos teve conhecimento do caso pela família da doente, por isso as religiosas do Mosteiro decidiram rezar uma novena dedicada ao irmão Rafael para propiciar a cura da jovem. A partir de então, Begoña começou a evoluir seu estado até recuperar-se por completo.

Agora, para sua canonização, faz falta que o Papa firme o decreto que deve redigir a Congregação para as Causas dos Santos.



Satisfação pela próxima canonização do Beato Rafael



Paróquia Santa Maria de la Asunción de Dueñas


Palencia, 13 de novembro de 2008

A Diocese e a Paróquia organizarão viagem a Roma para assistir ao ato

A comunidade religiosa de Dueñas acolheu com satisfação a aprovação do segundo milagre do Beato Rafael, que lhe converterá, nos próximos meses, em um novo Santo da Igreja Católica. A Comissão de Cardeais e Bispos que revisa os processos de canonização aprovou o ato milagroso atribuído ao Monge Trapista Rafael Arnáiz Baron, pelo qual uma jovem de Madri que se encontrava grávida se recuperou de uma situação crítica a que havia chegado junto com o bebê, que finalmente nasceu em perfeitas condições.

O expediente só depende que o Papa Bento XVI ratifique a aprovação e o Consistório de Cardeais fixe a data para o ato de canonização. Se havia pensado que poderia ter lugar em 2011, no ato central da Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madri, mas a distância do tempo parece que aconselha que a canonização seja celebrada em Roma no próximo ano. O Abade de San Isidro de Dueñas, Enrique Trigueros, que é o Mosteiro ao qual pertenceu como oblato o monge que se converterá em símbolo da juventude católica, destaca que a aprovação do segundo milagre é “uma ratificação da santidade de um monge do Mosteiro de San Isidro”. D. Enrique Trigueros acrescenta que o Beato Rafael convertido em Santo “será um estímulo para a fidelidade nas vocações”.

O Mosteiro receberá mais fiéis e devotos de Rafael Arnáiz, mas a vida de comunidade cisterciense seguirá com sua dedicação à oração e ao trabalho. “O dia que se dedica ao Santo será para nós uma jornada especial”, assegura o Abade. “Só Deus sabe a repercussão que terá no Mosteiro, mas o Beato Rafael já é muito conhecido por seus escritos”, acrescenta.

Por sua parte, o Bispo de Palencia, D. José Ignácio Munilla, se mostra orgulhoso de que a Diocese apresente ao mundo todo uma testemunha jovem da vida contemplativa. “ No tempo presente de asfixiante materialismo, cada vez são mais os que buscam oásis de espiritualidade, e os buscam à sombra de alguma árvore bem desenvolvida. Estou convencido de que o túmulo do Irmão Rafael, em San Isidro de Dueñas, está chamado a ser, cada vez mais, um desses oásis de espiritualidade ao que acodem tantos que buscam a Deus”, conclui D. Munilla, quem advoga por difundir, quando chegue o momento de anunciar a canonização, os escritos do Beato, cujo túmulo é “um lugar simples e austero, ao mesmo tempo que profundo e maravilhoso”, acrescentou.

Finalmente o Pároco de Dueñas, Jesús Cano, assinala que a próxima canonização será positiva sobretudo para os idosos de Dueñas, “que têm uma proximidade muito grande com San Isidro e especialmente com o Beato Rafael”. A Diocese e a Paróquia de Dueñas prevêem organizar peregrinações a Roma para assistir à Missa de Canonização.

FERNANDO CABALLERO


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Em todo o momento amar a Deus




"Basta purificar a inteção em todo o momento e em todo o momento amar a Deus; fazer tudo por amor e com amor...O ato em si não é nada e nada vale. O que vale é a maneira de fazê-lo"

Irmão Rafael


Aprovação do milagre e abertura do processo de canonização do Beato Rafael



Sobre a aprovação do milagre e a abertura do processo de canonização do Beato Rafael

Palencia, 05 de novembro de 2008

O Bispo asturiano Juan Antonio Martinez Camino anunciou durante a pregação da Semana Santa de 2008, em Oviedo, que o Conselho Científico Médico da Congregação do Vaticano para a Causa dos Santos (composto por cinco médicos consultores), aprovou um milagre ocorrido em Madri, entre os anos de 2000 e 2001, pela intercessão do Irmão Rafael, declarando que tal cura é humanamente inexplicável.

O processo de beatificação do Irmão Rafael começou em 1965 e se encerrou em abril de 1967, mas só foi beatificado em 27 de setembro de 1992 pelo Papa João Paulo II. Agora, após os estudos e acompanhamentos do milagre desde 2003, o processo de canonização, que foi iniciado no ano de 2005, e que converterá o Beato Rafael Arnáiz Baron em Santo em poucos anos, está a ponto de ser concluído.

No dia 09 de abril de 2005, às 10 da manhã, os Monges de San Isidro de Dueñas cantavam a Hora da Terça, hora litúrgica em que se pede, de maneira especial, ajuda e iluminação ao Espírito Santo. Neste dia, foi presidida pelo Bispo de Palencia, D. Rafael Palmero Ramos, o qual ao término, procedeu a Sessão de abertura do Processo Diocesano para a Canonização do Beato Rafael ante a Comunidade de Monges e uma assembléia numerosa de fiéis.

Compareceu o Rvdo. Padre Alberico Feliz Carbajal, O.C.S.O., Vice-Postulador da Causa de Canonização, segundo consta pelo mandato procuratório que exibiu, e pediu que se procedesse a abertura do processo sobre a suposta cura milagrosa atribuída ao Beato Rafael Arnáiz Baron.

Ouvida a petição do Vice-Postulador, o Exmo.Sr. Bispo, por requerimento do Promotor de justiça, examinou o mandato procuratório e entregou o mesmo ao Juiz Delegado e ao Promotor de justiça para que inspecionassem e, não havendo nada que opor ao dito mandato, o Exmo. Sr. Bispo o admitiu como legítimo.



Os nomeamentos do processo foram os seguintes:





-D. Ginés Ampudia Caballero, Juiz Delegado
-Rvdo. D. Antonio Garcia Redondo, Promotor de Justiça
-Frei Juan Javier Martin Hernández, O.C.S.O., Notário Atuário
-D. Enrique Trigueros Castillo, Abade do Mosteiro Cisterciense de San Isidro de Dueñas, Notário Adjunto
-Rvdo. D. José Maria Gómez Laso, Notário “ad casum” da Cúria Diocesana

Uma vez designados os cargos e revisados os documentos, todos e cada um prestaram juramento, carimbaram seu selo particular, e assinalaram como lugar das audiências em que se haviam de executar as provas, o Mosteiro Cisterciense de San Isidro de Dueñas. Como dias e horas das sessões, assinalaram todos os dias úteis da semana, desde as 10 horas da manhã às 18 horas.


FERNANDO CABALLERO


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Dos escritos de Rafael




“Cristo Jesus, ensina-me a padecer. Ensina-me a ciência que consiste em amar o menosprezo, a injúria, a abjeção. Ensina-me a padecer com essa alegria humilde e sem alardes dos Santos. Ensina-me a ser manso com os que não me querem ou me desprezam. Ensina-me essa ciência que Tu, desde o cume do Monte Calvário, mostras ao mundo inteiro. Mas já sei...Uma voz interior muito suave me explicou tudo. Algo que sinto em mim que vem de Ti e que não sei explicar me decifra tanto mistério que o homem não pode entender. Eu, Senhor, a meu modo, o entendo...É o amor...Nele está tudo. Já o vejo, Senhor e não necessito mais, não necessito mais...É o amor...Quem poderá explicar o amor de Cristo? Calem-se os homens, calem-se as criaturas. Calemos a tudo para que no silêncio ouçamos os sussurros do Amor, do Amor humilde, do Amor paciente, do Amor imenso, infinito que nos oferece Jesus com seus braços abertos desde a Cruz. O mundo louco não escuta. Louco e insensato, voa embriagado em seu próprio ruído. Não ouve Jesus, que sofre e ama desde a Cruz. Mas Jesus necessita de almas que em silêncio Lhe escutem. Jesus necessita de corações que, esquecendo-se de si mesmos e longes do mundo, adorem e amem com frenesi e com loucura Seu Coração dolorido e esgarçado por tanto esquecimento. Jesus meu, Doce Dono de meus amores, toma o meu”.


Canonização de Rafael cada vez mais próxima





01 de maio de 2008

Quase 600 pessoas, em frente ao Mosteiro Trapista de San Isidro de Dueñas, comemoram, alegres, o 70º aniversário da morte do Beato Rafael


Assim como todos os anos, quando se aproxima o dia 26 de abril, Palencia organiza no sábado mais próximo a esta data, uma pequena peregrinação desde a cidade até o Mosteiro de San Isidro de Dueñas, onde viveu e morreu o Beato Rafael, para comemorar o aniversário de sua morte. Nesta ocasião, o dia 26 era um sábado e precisamente era o 70º aniversário do falecimento do Beato. Por tudo isso, cerca de trezentos jovens partiram desde a Praça da Catedral, às 10h da manhã, acompanhados pelo Bispo, D. José Ignácio Munilla, e numerosos sacerdotes, até o Mosteiro, em uma peregrinação de uns 14 km. Após um descanso em Villamuriel de Cerrato, os jovens chegaram à Abadia de San Isidro de Dueñas, na localidade de Venta de Baños, ao meio-dia. Ali se juntaram a outras trezentas pessoas vindas de outros pontos da Espanha.


Ao longo do dia, compartilharam uma comida fraternalmente, e teve lugar uma celebração comunitária da penitência, na qual participaram também os Padres Trapistas. À tarde, às 17 h foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo Senhor Bispo e concelebrada por todos os sacerdotes que haviam acompanhado a peregrinação. Foi precisamente durante a Homilia, quando D. Munilla manifestou a sua alegria pela boa notícia da aprovação, por parte da Comissão de médicos, do segundo milagre atribuído ao Beato Rafael. Embora todavia, após este passo sejam necessárias várias aprovações mais por parte de uma Comissão de teólogos do Vaticano, ou do próprio Papa, não há dúvida de que a canonização está cada vez mais perto, embora seja impossível precisar uma data. É importante esclarecer que D. Munilla não anunciou a canonização em si mesma, mas tão somente a aprovação do segundo milagre, certamente importante para a canonização. Este milagre teve lugar em Madri, no ano de 2000, e consistiu na cura de uma mãe que, após dar à luz seu filho, entrou em morte cerebral. Sua repentina cura se atribui à intercessão do Beato Trapista.

O Beato Rafael Arnáiz, nascido em Burgos e criado em Astúrias, não teve uma longa vida. Após cursar arquitetura, entrou com 23 anos, em 1934, no Convento Cisterciense de San Isidro de Dueñas, em Palencia, conhecido como a Trapa. Seus escritos são muito conhecidos, e sua simplicidade e humildade, ao mesmo tempo que sua férrea fé ante a enfermidade e a dor, deram volta ao mundo. Após 4 meses de sua entrada no Mosteiro, lhe foi diagnosticada uma diabetes forte que lhe obrigou a sair do Mosteiro em três ocasiões, voltando outras tantas a ele. Frei Maria Rafael, beatificado em 1992 por João Paulo II, sentia que morreria Trapista, e assim se sucedeu, quatro anos mais tarde, em 1938.
A. Llamas Palácios

José Jiménez Lozano
Alfa y Omega, Semanario Católico de Información


O Irmão Rafael





27 de abril de 2008



“Faz alguns dias que chegou até mim a notícia de um milagre que Javier Morán tinha levado a público nas páginas de La Nueva Espana. Sendo o periodista um dos poucos cronistas religiosos que merecem credibilidade, era de supor que se o pretenso milagre lhe havia interessado de tal forma, então havia algo de realmente impactante nele.

A Santa Sé havia confirmado o milagre. Com isso se abria o caminho para uma próxima canonização do já Beato Rafael. Motivo de enorme alegria para a Trapa e para as Igrejas palentina e espanhola. Um Santo nosso que, como é de se esperar, o Papa deve proclamar brevemente. Um Santo ademais, muito perto no tempo, muito jovem e, em dias em que as vocações à vida consagrada escasseiam tanto, um Santo com um imenso amor à vida religiosa.

Só farei uma menção ao jovem que, apesar de seus poucos anos, logrou ser um mais que notável escritor místico. Há Santos que com sua palavra e seu exemplo arrastam outros a seguir Jesus. Outros o fizeram com seus escritos. Nossa Teresa de Ávila pode ser paradigma entre estes últimos. Pois bem, a leitura do Irmão Rafael levou também Cristo a não poucos.

Mas no que quero deter-me um pouco é em seu amor à vida religiosa e particularmente na duríssima Trapa. Amor que Cristo quis provar extremamente e que acrisolou na dor e na enfermidade.

Rafael era um jovem de família abastada. Tudo lhe sorria neste mundo. Para ele, ingressar no Claustro não queria dizer morrer de fome ou padecer de duros trabalhos no campo. Quis ser religioso por amor. A Cristo e à vida consagrada.

E Cristo se empenhou em dificultar bastante tudo para ele com uma antecipada enfermidade que lhe tornava impossível o Claustro. Mas ele se empenhou em mostrar o contrário a Deus. E o conseguiu. Horas antes de deixar este mundo para receber o abraço amoroso Daquele a Quem tanto amou e que tanto lhe amava embora fosse com esses amores tão incompreensíveis ao nosso entendimento, recebeu o que era o sonho de sua vida: o Hábito do Cister.

Talvez o Superior de Dueñas possa ter pensado que aquele jovem não poderia cumprir as normas da vida monacal, mas que se tinha tal sonho, tal amor a Deus e à Ordem e, restando-lhe apenas algumas horas de vida, poderia fazer uma exceção e lhe impor o Santo Hábito. E efetivamente com seu desejado Hábito faleceu muito pouco tempo depois. O Superior, sem sabê-lo, recebia em seu Mosteiro o maior tesouro da Trapa de Dueñas.

Em dias de religiosos escassos, quando suas casas e seus Claustros não conhecem a juventude e quando tantos jovens não conhecem a Deus, o Irmão Rafael, oxalá muito próximo São Rafael Arnáiz, mostra caminhos que jamais se deveriam ter abandonado. Caminhos de luz, de esperança, de renascimento da vida religiosa".

Francisco José Fernández de la Cigoña


Vou, Senhor


“Vou, Senhor...
Não me importa que o caminho
por onde me leves seja difícil,
seja abrupto e
esteja cheio de espinhos...
Vou, Senhor...
Porque és Tu o Único que
preenche minha alma”


Dos escritos de Rafael


Bispo de Palencia anuncia canonização de Rafael Arnáiz




26 de abril de 2008

O Bispo de Palencia, D.José Ignácio Munilla, anunciou a futura canonização do Irmão María Rafael Arnáiz, após a recente aprovação pelo Vaticano do segundo milagre deste místico trapista que faleceu aos 27 anos e foi beatificado em 1992 pelo Papa João Paulo II

O Bispo fez esse anúncio durante a décima terceira peregrinação à Abadia Cisterciense de San Isidro de Dueñas, situada em Venta de Baños, Palencia, conhecida como “A Trapa”, e onde professou votos o Beato Rafael Arnáiz (1911-1938).

Várias centenas de jovens procedentes de distintas comunidades paroquiais, associações, colégios e movimentos católicos participaram desta homenagem ao Irmão Rafael, nascido em Burgos, no seio de uma família de profundas convicções católicas, que lhe levaram a educar-se em colégios dirigidos pela Companhia de Jesus.

Durante sua juventude se inclinou para a vocação monástica cisterciense, o que lhe levou a ingressar no Mosteiro de San Isidro de Dueñas em 15 de janeiro de 1934, mas poucos meses depois um grave diabetes lhe obrigou a passar temporadas alternadas entre a casa de sua família e a comunidade monástica.

“A saúde truncou o que Deus queria dele, mas ele soube dar uma edificante mostra da aceitação de sua enfermidade, que marcou a sua convicção vocacional e a generosidade de sua entrega até morrer no Mosteiro em 26 de abril de 1938”, explicou D. Munilla.

Apesar da brevidade e do particular desenvolvimento de sua vida e vocação, ele é reconhecido como um dos grandes mestres de vida espiritual de nossos tempos. Tendo sido beatificado em 27 de seembro de 1992, agora, segundo anunciou D.Munilla, o Vaticano reconheceu o segundo milagre do Beato Rafael, ocorrido no ano de 2000 em Madri, e que alcançou a cura de uma jovem em estado de morte cerebral, após ser pedida a intercessão do Beato Trapista.

Efe. Dueñas
El Imparcial


Dos escritos do Beato Rafael




"Me dei conta de que o que desejei não tem
valor aos olhos de Deus e que o melhor
é
por-se em Suas Mãos e nada mais"


Beato Rafael Arnáiz


Beato Rafael, um Santo entre suas amizades




15 de abril de 2008

A comunidade religiosa de Oseira celebra a aprovação do segundo milagre de um Beato de sua Ordem Cisterciense

O Padre Damián Yáñez viu cumprido um de seus desejos depois que o Vaticano aprovou o segundo milagre do Beato Rafael Arnáiz, membro da Ordem Cisterciense e seu amigo pessoal. Depois de sua beatificação em 1992, os Doutores da Consulta Médica do Vaticano consideram que a mediação do Beato tornou possível a cura de uma madrilenha há 7 anos. A comunidade de monges celebra a resolução e se prepara para o momento da canonização.

A comunidade de monges de Oseira celebra a recente decisão da Santa Sé de aprovar o segundo milagre do Beato Rafael Arnáiz, natural de Burgos, com vistas a sua próxima canonização. O bibliotecário do Mosteiro, o Padre Damián Yáñez, foi seu amigo pessoal quando ambos eram noviços em San Isidro de Dueñas (Palencia, 1934) e, além de intervir diretamente no processo de beatificação, também escreveu o livro “Saber esperar” (1962), reproduzindo os pensamentos de Rafael, junto com numerosos artigos sobre sua espiritualidade.

“O processo de sua beatificação em 1992 durou 25 anos, depois deter sido aceito o primeiro milagre relacionado com uma jovem que estava em coma há muitos anos após sofrer um acidente”, diz o Padre Damián.. O bibliotecário de Oseira narra como o Vaticano considera que a mediação do Beato Rafael tornou possível a uma jovem madrilenha superar a síndrome de Hellp, apesar de ter sido desenganada pelos médicos, há sete anos. Amigas e familiares da jovem Begoña León recomendaram o grave estado da jovem, que estava grávida, ao Beato Rafael Arnáiz. Seus seguidores lhe conhecem por seusescritos espirituais de grande difusão que o converteram em um dos grandes místicos do século XX.

Os cinco Doutores da Consulta Médica do Vaticano determinaram que é “científicamente inexplicável” a cura da jovem sem deixar nenhum tipo de seqüelas quando os médicos haviam dito a seus pais que só lhe restavam umas horas de vida. Não só se recuperou como também sua filha se salvou após uma prévia intervenção cirúrgica.

O Padre Damián diz: "Quando chegou a Dueñas era um rapaz muito alegre e simpático, que gostava de festas, mas que ofereceu sua vida a Deus”, e acrescenta que “teve uma primeira recaída em conseqüência de sua enfermidade e isso lhe mudou por completo, se convertendo em um homem de grande espiritualidade, que tinha necesidade de escrever”.

Segundo ainda o Monge, “Seus escritos são um método de oração e para nós é uma glória imensa ter um personagem deste talhe em nossa Ordem porque suas obras se extenderam por todo o mundo”.

Damián Iáñez já propôs aos superiores da Ordem Cisterciense a construção em Dueñas de uma Igreja com o nome do Beato Rafael, enquanto a comunidade de Oseiras se prepara para a canonização de um dos seus membros mais venerados.

Sabela Pinal
La región


Rafael e a Virgem Maria




“As primeiras palavras que me disse o Irmão porteiro quando entrei na hospedaria da Trapa foram: ‘E agora já não te preocupes, e qualquer coisa que te ocorra, fala com a Virgem Maria, pois a mim, em vinte e tantos anos que sou trapista, nunca me negou nada’. E aquele homem dizia isso com tanta unção e com uma fé tão grande quando falava de Nossa Senhora, que desde o primeiro dia, efetivamente, Ela também não me negou nada. Me parece, e isto deve ser tomado como coisa minha e portanto não se leve em conta, que quanto mais amor se tem à Virgem, sem que nos demos conta, mais amor teremos a Deus”.

Dos escritos de Rafael


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Vaticano aceita expediente da canonização do Beato Rafael



Palencia, 20 de dezembro de 2006

O Vaticano aceita o tão esperado expediente da canonização do Beato Rafael. Os Cardeais e peritos examinarão nos próximos meses se houve um milagre na cura de uma jovem de Madri que teve problemas no parto. As atas do Tribunal Eclesiástico já estão sendo traduzidas para o italiano.

A canonização do Beato Rafael, monge que viveu no Mosteiro de San Isidro de Dueñas, segue avançando e agora no Vaticano. A Congregação para as Causas dos Santos já deu o visto aprovando o expediente elaborado pelo Tribunal Eclesiástico criado na Diocese de Palencia sobre a suposta cura de uma jovem pela intercessão do Religioso Trapista. Em uma reunião no dia 30 de novembro, o órgão que evisa as causas para a beatificação ou canonização propostas conheceu o expediente procedente da Diocese de Palencia para determinar a sua validez.

A partir de agora, se inicia outra etapa no processo que culminará com a canonização, se os Cardeais que formam a Congregação para a Causa dos Santos concluírem que aquela cura foi um milagre.

O Tribunal Eclesiástico se reuniu em 07 de maio passado, presidido pelo Juiz Diocesano, Ginés Ampudia, eleito recentemente o novo Cura da Catedral de Palencia. O vice-postulador, Alberico Feliz, entregou em 16 de maio, na Secretaria da Sagrada Congregação para as Causas de Santos, duas cópias do expediente. O decreto de abertura do processo de canonização nesse departamento do Vaticano acontece 10 dias depois.

A postuladora da Ordem Cisterciense, a Sra. Augusta Tescari, logo comunicou ao Mosteiro de San Isidro, em 08 de novembro, que ainda não havia recebido o tão esperado decreto de validez, mas mostrou naquela data a sua confiança de que este não tardaria demasiado em chegar, porque a relação do perito já estava preparada e era positiva. O decreto de validez foi feito na reunião do dia 30 de novembro.

O processo ainda tem que passar pela aprovação definitiva do órgão vaticano que dá o visto bom às causas de beatificação ou canonização. O expediente do Tribunal Eclesiástico tem que ser traduzido para o italiano, um trabalho que não é fácil já que os documentos médicos estão cheios de termos técnicos.

O Tribunal Eclesiástico chegou à conclusão de que não há uma explicação natural para a cura da jovem madrilenha que padeceu de uma enfermidade grave quando estava grávida. Este órgão é presidido pelo Juiz Diocesano, Ginés Ampudia, e o integram o vice-postulador da causa, o Monge Alberico Feliz; o Promotor de Justiça, Antonio Garcia Redondo – que fez com que o processo se ajuste ao Direito Canônico –; o notário que levantou as atas, que foi o Monge Javier Martin Hernández; e um perito médico, o ginecologista Pablo Martin Álvares.

O Beato Rafael Arnáiz Barón (Burgos, 1911- Dueñas, Palencia, 1938) foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 27 de setembro de 1992. Se chegar a ser finalmente declarado Santo, será o atual Pontífice, Bento XVI, quem presidirá a cerimônia de canonização.

FERNANDO CABALLERO
EL NORTE DE CASTILLA


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dos escritos de Rafael




“Hoje saí de casa quando começava a anoitecer. Atravessei as ruas principais da cidade e, um pouco aturdido com o barulho das pessoas, dos carros e as luzes, me dirigi aonde meu espírito necessitava, a Casa de Deus. Estava quase deserta; uma mulher recitava orações diante de um altar mal iluminado; outro grupo de mulheres cochichavam junto a um confessionário, e o Senhor, Deus da criação, o Juiz dos vivos e dos mortos, estava no Sacrário esquecido pelos homens. Na paz e no silêncio da Igreja, minha alma se abandonava em Deus. Via passar diante de mim todas as misérias e todas as desgraças dos homens, seus ódios e suas lutas, e pensava que se este Deus que se oculta em um pouco de pão não estivesse tão abandonado, os homens seriam mais felizes, mas não querem sê-lo”.


Um dos grandes místicos do séc XX




“Me recordo de nossas frequentes excursões, e como fascinava Rafael, a magnífica escarpa do Cabo de Penas pela coloração especial e diversificada de suas pedras”. Esta lembrança pertence ao pintor asturiano Eugenio Tamayo (1891-1972), cujo pupilo em Oviedo entre 1926 e 1932 havia sido o adolescente Rafael Arnáiz Baron, depois Religioso Trapista cujos escritos espirituais obteriam enorme difusão pelos meados do século XX, após seu precoce falecimento em 1938, aos 27 anos, no Mosteiro de San Isidro de Dueñas, em Palencia, da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, os Trapistas.

Beatificado em 1992 por João Paulo II, e com rua em Oviedo desde então, o Vaticano acaba de examinar um milagre que se atribui a ele: a cura, em 2001, de Begoña León Alonso, jovem madrilenha que aos 30 anos esteve às portas da morte, ao padecer em sua segunda gravidez, da Síndrome de Hellp (hipertensão, desintegração dos glóbulos brancos, falência hepática).

A melhor amiga de Begoña Leon, María del Pilar Melendre, rezou na sua intenção. Ela se encontrava em Burgos, cidade natal do Beato Rafael, e ali rezou nos dias 2, 3 e 4 de janeiro de 2001, datas em que Begoña Leon, na UTI do Hospital Gregório Marañón e com uma grave deficiência respiratória unida a outras deficiências, começou a ter uma melhora.

Cinco médicos consultores da Congregação para a Causa dos Santos declararam que tal cura é humanamente inexplicável. O caminho do Beato Rafael até a canonização foi assim introduzido.

Aquele adolescente de 15 anos, que se fascinava ante as escarpas de Penas, entraria anos depois no abismo da fé até converter-se em um dos grandes místicos do século XX, segundo os seus estudiosos. Citando a outro místico espanhol, Rafael Arnáiz deixou escrito em 1934, ao ingressar em Dueñas:

“ Me abismarei nessa solidão do espírito e do corpo para que nela, como disse São João da Cruz, façamos o ninho de amores divinos”

J. Moran Gijón


Do suplício de penas ao abismo da fé




“Do suplício de penas ao abismo da fé, o Beato Rafael Arnáiz Barón (1911-1938), que passou sua adolescência em Oviedo e se encaminha à canonização, é considerado um dos grandes místicos do século XX.

A canonização do Beato Rafael poderia celebrar-se no prazo de um ou dois anos, depois que os consultores médicos da Congregação para a Causa dos Santos admitiram como milagrosa a cura de uma mulher de Madri às portas da morte e por quem rezou sua melhor amiga, invocando este Religioso Trapista, cuja adolescência e juventude transcorreram em Oviedo.

Rafael Arnáiz viveu junto a sua família na capital asturiana entre 1923 e 1932. Em 1934 ingressou no Mosteiro de San Isidro de Dueñas, o qual teve que abandonar 3 vezes por causa de uma galopante diabetes. Faleceu em 1938, mas vestido com o hábito cisterciense e depois de haver alcançado a sua união com Deus. É Beato desde 1992”.

J.Moran Gijón


¡Sólo Dios y yo!




¡SÓLO DIOS Y YO!

Silencio en los labios
Cantares en el corazón
Alma que vive de amores
De sueños y de esperanzas
Alma que vive de Dios.

Alma que mira a lo lejos
Lejos, muy lejos del mundo
Pasando la vida en silencio
Cantando en el corazón.

Una Trapa
Un monasterio
Un hombre
¡Sólo Dios y yo!

Pasan rápidos los días
En ellos se va la vida
Soñamos en lo pasado
Esperamos lo que ha de llegar
El alma mira a lo lejos
Buscando la única vida
Y que espera sea mejor.

Una Trapa
Un monasterio
Un hombre
¡Sólo Dios y yo!


Só Deus e eu!




SÓ DEUS E EU!

Silêncio nos lábios
Cânticos no coração
Alma que vive de amores
De sonhos e de esperanças
Alma que vive de Deus.

Alma que olha ao longe
Longe, muito longe do mundo
Passando a vida em silêncio
Cantando no coração.

Uma Trapa...
Um mosteiro…
Um homem…
Só Deus e eu!

Passam rápidos os dias
Neles se vai a vida
Sonhamos com o passado
Esperamos o que há de vir
A alma olha ao longe
Buscando a única vida
E espera que seja melhor.

Uma Trapa...
Um mosteiro...
Um homem...
Só Deus e eu!


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Síntese biográfica II




A partir da entrada de Rafael na Trapa, parece que tudo se precipitou em sua vida, tanto pessoalmente quanto espiritualmente. Só lhe restam 4 anos de vida, passados em temporadas alternadas entre a casa de seus pais e a comunidade monástica, por causa de um diabetes manifestado repentinamente depois de 4 meses de seu ingresso na vida monástica. A enfermidade lhe obriga a deixar o noviciado e marcou, com sua evolução, as distintas saídas e reingressos na Trapa, que põem em evidência a firmeza de sua convicção vocacional e a generosidade de sua entrega até morrer na enfermaria do Mosteiro, em 26 de abril de 1938.



Em face da brevidade e do particular desenvolvimento de sua vida e vocação, e como se sua evolução espiritual se houvesse realizado sob pressão devida a essa mesma brevidade e às circunstâncias excepcionais, Rafael aparece como a realização plena da graça vocacional cisterciense: polarizado por Deus, como reflexa a sua expressão característica, “Solo Dios!”, “Só Deus!’. Rafael testemunha e é testemunho da transcendência e do absoluto de Deus. Não tanto de um Deus sobre Quem se sabe muitas coisas, mas de um Deus experimentado na própria vida como Amor absoluto. A única aspiração da existência de Rafael foi “viver para amar”, amar a Jesus, amar a Maria, amar à Cruz, amar seu querido Mosteiro. Esta é a nota sobressalente de sua pessoal e rica espiritualidade. Seu próprio sofrimento, aceito como Graça de Deus foi o despojo final que expressou este amor e o purificou ao preparar Rafael para a visão definitiva de Deus.

O Irmão Maria Rafael foi proclamado, pelo Papa João Paulo II, como modelo para todos os jovens do mundo e, em 27 de setembro de 1992, foi declarado Beato pelo mesmo Papa.


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Beato Rafael-Síntese biográfica I




HERMANO MARÍA RAFAEL ARNÁIZ BARÓN
(1911-1938)


Rafael Arnáiz Barón nasceu em Burgos, Espanha, em 09 de abril de 1911 e aí passa os seus primeiros anos. É o primogênito de quatro filhos de uma família enriquecida por profundas convicções cristãs, que calaram fundo na personalidade de Rafael.



Foi educado em colégios dirigidos pela Companhia de Jesus, tanto em Burgos como em Olviedo, cidade para a qual se mudou a sua família em 1922, por exigências profissionais de seu pai. Ao chegar à adolescência, se revela em Rafael uma notável riquez humana, intelectual e espiritual, que se manifesta em sua pessoa aberta e positiva e em sua profunda sensibilidade, que vai se desenvolvendo por entre inquietudes e em contato com a natureza, a pintura e as demais artes.



A harmoniosa integração em sua personalidade deste conjunto de elementos com a visão e o sentido cristão de vida e da realidade fazem cristalizar nele, mesmo depois de haver iniciado a faculdade de arquitetura, a vocação monástica cisterciense, pela qual opta – segundo suas próprias palavras: “seguindo os ditames de seu coração até Deus e a ânsia de ser preenchido e tomado por Ele”. Assim ingressou no Mosteiro de San Isidro de Dueñas, em 15 de janeiro de 1934, levando como única bagagem “um coração muito alegre e com muito amor a Deus”.