terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um dos grandes místicos do séc XX




“Me recordo de nossas frequentes excursões, e como fascinava Rafael, a magnífica escarpa do Cabo de Penas pela coloração especial e diversificada de suas pedras”. Esta lembrança pertence ao pintor asturiano Eugenio Tamayo (1891-1972), cujo pupilo em Oviedo entre 1926 e 1932 havia sido o adolescente Rafael Arnáiz Baron, depois Religioso Trapista cujos escritos espirituais obteriam enorme difusão pelos meados do século XX, após seu precoce falecimento em 1938, aos 27 anos, no Mosteiro de San Isidro de Dueñas, em Palencia, da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, os Trapistas.

Beatificado em 1992 por João Paulo II, e com rua em Oviedo desde então, o Vaticano acaba de examinar um milagre que se atribui a ele: a cura, em 2001, de Begoña León Alonso, jovem madrilenha que aos 30 anos esteve às portas da morte, ao padecer em sua segunda gravidez, da Síndrome de Hellp (hipertensão, desintegração dos glóbulos brancos, falência hepática).

A melhor amiga de Begoña Leon, María del Pilar Melendre, rezou na sua intenção. Ela se encontrava em Burgos, cidade natal do Beato Rafael, e ali rezou nos dias 2, 3 e 4 de janeiro de 2001, datas em que Begoña Leon, na UTI do Hospital Gregório Marañón e com uma grave deficiência respiratória unida a outras deficiências, começou a ter uma melhora.

Cinco médicos consultores da Congregação para a Causa dos Santos declararam que tal cura é humanamente inexplicável. O caminho do Beato Rafael até a canonização foi assim introduzido.

Aquele adolescente de 15 anos, que se fascinava ante as escarpas de Penas, entraria anos depois no abismo da fé até converter-se em um dos grandes místicos do século XX, segundo os seus estudiosos. Citando a outro místico espanhol, Rafael Arnáiz deixou escrito em 1934, ao ingressar em Dueñas:

“ Me abismarei nessa solidão do espírito e do corpo para que nela, como disse São João da Cruz, façamos o ninho de amores divinos”

J. Moran Gijón


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